Incunábulos

Moyses Ben Nahman, PERUSH HA-TORA.

Comentário sobre o Pentateuco. Lisboa, Rabbi Elieser Toledano 1489.

Vid. o erudito artigo que D. Manuel dedicou a este incunábulo no vol. I dos Livros Antigos Portugueses, pp. 23-35, o qual conclui assim: “Para nós, o grande valor desta obra, além da sua raridade, é o de ser o primeiro livro conhecido impresso em Lisboa, o segundo em Portugal, no oitavo ano do reinado de D. João II”.

David Abudrahim, SEFER ABUDRAHIM.

Comentário sobre a Ordem das Orações. Lisboa, Rabbi Elieser Toledano, 1489.

Do artigo que D. Manuel dedicou a este incunábulo no vol. I dos Livros Antigos Portugueses, pp. 36-43:

“O Rabi Elieser trabalhou nos seus prelos em Lisboa, com material vindo de Hijar, e no Commentario de Abudarhim vemos letras capitais que são no estilo das de Fernandez de Cordoba; mas a melhor prova de que assim aconteceu, é que a tarja do livro hebraico de Lisboa impresso em 1489, é a mesma do Manuale Caesaraugustanum, impresso em caracteres góticos, por Fernandez de Cordoba, cerca de 1487, em Hijar. Esse facto, tão nitidamente exposto por Haebler, aumenta, sob o ponto de vista bibliográfico, o valor desta edição princeps, já de si tão rara, que apresentamos; ao mesmo tempo é uma explicação que demonstra a forma como, pelo menos em grande parte, foi introduzida em Lisboa a tipografia hebraica, iniciada na Capital pelo Rabi Elieser.”

[Ludolfo de Saxónia] Fr. Bernardo de Alcobaça, VITA CHRISTI.

Lisboa, Valentim Fernandes e Nicolau de Saxónia, 1495.

Vid. a minuciosa descrição deste incunábulo, de tão alto préstimo para a história da nossa linguagem, no vol. I dos Livos Antigos Portugueses (pp. 45-79), a qual é seguida de eruditas considerações histórico-bibliográficas, acerca de um livro que, escreveu D. Manuel, “é a edição princeps por excelência da tipografia portuguesa: nela tem o primeiro lugar, não só pela antiguidade, mas também pela beleza e pelo valor histórico”.

“Por todos os motivos desperta o nosso interesse, diremos a nossa veneração, pois, na verdade, é quase uma relíquia o primeiro “livro de forma” conhecido em linguagem; podemos ter orgulho no primeiro produto dessa “arte”.”

Abraham Zacuto, ALMANACH PERPETUUM. Leiria, Abraham de Ortas, 1496.

Sobre este livro, seu autor e importância histórica, escreveu D. Manuel nos Livros Ant. Port., I, (pp. 80-101) um substancioso artigo, recheado de vária erudição. Dele, disse acertadamente que “pode sem dúvida ser considerado o mais importante dos sete incunábulos, escritos em Latim e impressos em Portugal, que se conhecem, atendendo ao valor da matéria científica de que trata, e à influência decisiva que exerceu sobre as viagens e descobrimentos marítimos”. E sobre o exemplar que possuiu, que é o que se expõe, informou: “O nosso exemplar, absolutamente perfeito e num admirável estado de conservação, contém igualmente os cânones em Espanhol. Esta edição do Almanach Perpetuum, da qual apenas três exemplares se conhecem, não deveria ser incluída na lista dos sete incunábulos em Latim impressos em Portugal, visto o texto ser em Espanhol. Além desta raridade, o nosso exemplar tem ainda um interesse especial: pertenceu a Vasurto”, mestre da Catedrilha de Astrologia da Universidade de Salamanca (? — 1504), que nele exarou uma nota de seu punho.

Kaminto, REGIMENTO PROUEYTOSO CONTRA HA PESTENENÇA. [Lisboa], Valentim Fernandes, [1496?].

Vid. o artigo respetivo no vol. I dos Livros Ant. Port., pp. 103-109: “Acerca do livro, escreveu D. Manuel, diremos que o seu enorme valor provém da sua extrema raridade; de ser um dos cinco incunábulos Portugueses impressos em linguagem, e o primeiro livro publicado em Portugal que trata de medicina”.

VALASCI FERDINANDI VTRIUSQUE IURIS CONSULTI ILLUSTRISSIMI REGIS PORTUGALLIE ORATORIS AD INNOCENTIUM OCTAUUM PONTIFICEM MAXIMO DE OBEDIENTIA ORATIO.

S. 1. n. d. (Roma? 1492? 1494?).

D. Manuel não chegou a ocupar-se deste valiosíssimo incunábulo, que Fontoura da Costa reproduziu em fac-simile com substanciosos informes, in As Portas da lndia, Lisboa, 1936.

Hartman Schedel, LIBER CRONICARUM CO FIGURIS ET IMAGINIBUS AB INICIO MUNDI.

Nuremberga, Antonius Koberger, 1495.

D. Manuel não se ocupou deste incunábulo, no qual se insere uma fantasiosa vista de Portugal, mas citou-o pela ed. de 1493, in Livros Ant. Port., I, p. 137.


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