Livros do Século XVI impressos em Portugal

[Cristina de Pisano], AQUI COMËÇA O LIURO CHAMADO ESPELHO DE CRISTINA O QUAL FALLA DE TRES ESTADOS DE MOLHE-RES. E HE PARTYDO EM TRES PARTES.

Lisboa, Hermão de Campos, 1518.

Deste diretório para “inssinança das damas”, mandado traduzir por D. Isabel, mulher de D. Afonso V e filha do Infante D. Pedro, e imprimir pela rainha D. Leonor, viúva de D. João II, somente se conhecem dois exemplares. São dignas de consideração as notícias e hipóteses de D. Manuel acerca desta versão portuguesa do Trésor de la Cité des Dames da famosa Christine de Pisan, cuja significação histórico-social merece ser estudada.

Fr. Thomas Duran, MANIPULUS CURATORUM. NUEUAMÉTE IMPRESSO EN ROMÃCE.

Lisboa, Germão Galharde, 1523.

Ex. com fotocópia do frontispício. O estudo bibliográfico e, sobretudo, tipográfico, deste livro, de que somente se conhecem três exemplares, acredita a sagaz meticulosidade com que D. Manuel se entregava à investigação dos paleotipos portugueses. Vid. Liv. Ant. Port., I, pp. 407-415.

Fr. António de Beja, BREVE DOUTRINA E ENSINANÇA DE PRINCIPES.

Lisboa, Germão Galharde, 1525.

D. Manuel não se ocupou deste livro, que é sumamente raro e cuja reedição é aconselhável pelos subsídios que presta à história da preceptiva política e à das ideias em que foi educado D. João M.

ORDENAÇAM DA ORDEM DO JUIZO. Lisboa, Germão Galharde, 1526.

A acurada aplicação da atenção a este raro opúsculo permitiu a D. Manuel estabelecer pela primeira vez que Galharde “imprimiu... duas edições da Ordenaçam com a mesma data. Não tendo nenhum bibliógrafo mencionado a diferença entre as duas edições que reproduzimos, [e possuiu] parece-nos lícito supor que uma das edições é desconhecida, sem poder dizer qual delas...”

[Martinho de Figueiredo], COMMENTUM IN PLINII NATURALIS HISTORIE PROLOGUM A IURIS VTRIUSQUE DOCTORE MARTINO FIGUERETO EDITO SERENISSIMI PORTUGALIE REGIS SENATORE.

Lisboa, Germão Galharde, 1529.

Livro raro, de que se ocupam as pp. 427-431, do vol. I do Liv. Ant. Port. o primeiro livro português em que se manifesta a metodologia filológica do Humanismo, em especial da escola florentina de Ângelo Policiano, que o autor frequentou.

INSTITUTA ORDINIS BEATI FRANCISCI.

Lisboa, Germão Galharde, 1530.

Único exemplar existente em Portugal. Descrição minuciosa in Liv. Ant. Port., I, pp. 433-441, seguida de algumas considerações sobre a Ordem franciscana em Portugal.

BREVIARIUM SANCTE CRUCIS COLIMBRIENSIS. Coimbra, Germão Galharde, 1531.

Livro muito raro, de que somente existe um outro exemplar completo na Biblioteca da Universidade de Coimbra. Foi o primeiro livro impresso no Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra. A propósito deste ex., D. Manuel escreveu algumas considerações sobre o famoso cenóbio (Liv. Ant. Port., I, pp. 443-451).

D. Catarina, Infanta de Portugal, REGRA DOS MONGES. Coimbra, Germão Galharde, 1531.

Das conexões deste livro pouco vulgar e de longo título, como exara o frontispício, D. Manuel ocupou-se especialmente da biografia da tradutora, filha de D. Duarte, e do seu mestre D. Jorge da Costa, o famoso Cardeal Alpedrinha.

Na biografia da Infanta estabelece corno data mais provável da tradução da obra de Justiniano os anos de 1462 ou de 1463.

Duarte de Resende, MARCO TULIO CICEROM DE AMICICIA PARADOXAS ET SONHO DE SCIPIÃO TIRADO EM LINGOAGË PORTUGUESA.

Coimbra, Germão Galharde, 1531.

Da mais extrema raridade. Ex. encadernado por Rousselle em marroquim azul com ferros e num estojo de marroquim vermelho.

Único ex. existente em Portugal. No artigo que lhe dedicou nos Liv. Ant. Port., I, pp. 467-475, D. Manuel ocupou-se especialmente da biografia do tradutor, Duarte de Resende.

LIBER DE SCHOLASTICA DISCIPLINA AUTORITATIBUS SCRIPTURARUM CUM DISTICHIS INTERPOSITIS CÕPOSITUS

Lisboa, Germão Galharde, 1532.

Livro muito raro, de que somente se indica a existência de três exemplares, o seu texto não foi ainda objeto de estudo particular. D. Manuel considerou-o sob o ponto de vista tipográfico, recolhendo observações dignas de atenção. Vid. Liv. Ant. Port., I, pp. 477-479.

Matheo de Aranda, TRACTADO DE CÃTOLLANO. Lisboa, Germão Galharde, 1533.

Este livro, de grande raridade, “tem o especial interesse de ser um dos primeiros tratados de música impressos em Portugal: talvez fosse mesmo o primeiro”, escreveu D. Manuel no artigo respetivo dos

Liv. Ant. Port., pp. 481-487, que a tal respeito faz uma digressão sobre o autor e sobre a música em Portugal, especialmente no reinado do Venturoso.

Fr. Braz de Barros, ESPELHO DE PERFEYÇAM EM LINGUOA PORTUGUES.

Coimbra, Cónegos de Santa Cruz, 1533.

“Esta obra tem para nós um interesse especial causado pelo seu tradutor — grande reformador e notável prelado, primo do célebre João de Barros e tio de outro ilustre escritor, Gaspar Barreiros — e por ser o livro mais antigo que possuímos impresso pelos Cónegos de Santa Cruz de Coimbra” —, escreveu D. Manuel no artigo que dedicou a este raro livro nos Liv. Ant. Port., I, pp. 489495. A par de notícias biográficas do famoso reformador do mosteiro, este artigo oferece ainda algumas transcrições do raro livro, digno de ser devidamente considerado no estudo do sentimento religioso da época em que foi publicado e no dos anelos de reformação monástica, dos quais Gil Vicente foi voz expressiva.

André de Resende, ORATIO PRO ROSTRIS PRONUNCIATA, IN OLISIPONENSI ACADEMIA CALÊD, OCTOBRIB. M.D.XXXIIII.

Lisboa, Germão Galharde, 1534.

Exemplar único, existente em Portugal. No artigo respetivo dos Liv. Ant. Port., I, pp. 499-511, D. Manuel ocupou-se especialmente da biografia do autor da Oratio, a qual a nosso ver representa o manifesto público do Humanismo fortemente temperado pela orientação católica da escola de Lovaina. O seu trabalho é uma síntese dos mais recentes estudos sobre André de Resende, notadamente de D. Carolina Michaëlis de Vasconcelos e de Anselmo Braancamp Freire.

Matheo de Aranda, TRACTADO DE CANTO MÊSURABLE: Y CONTRAPOCTO.

Lisboa, Germão Galharde, 1535.

Deste raro livro, de que somente existem, ao que parece, três exemplares, se ocupa o vol. I dos Liv. Ant. Port., pp. 513-517.

Aires Barbosa, ANTIMORIA. EIUSDEM NONNULLA EPIGRAMMATA. Coimbra, Cónegos de Santa Cruz, 1536.

Além da raridade, pois somente existem em Portugal três exemplares, este livro, escrito com intenção anti-erasmiana, “tem para nós um profundo interesse, escreveu acertadamente D. Manuel, não só por fazer reviver a época mais brilhante do estudo das Humanidades em Portugal, mas porque o seu autor, Aires Barbosa, foi um dos iniciadores desses estudos no nosso País e um dos seus mais insignes mestres” (Liv. Ant. Port., I, pp. 519-523).

CONSTITUICOENS DO ARCEBISPADO DE LIXBOA.

Lisboa, Germão Galharde, 1537.

No artigo que D. Manuel dedicou a estas Constituicoens, que foram as primeiras dadas ao prelo, sobressai a digressão histórica sobre a diocese olisiponense e o seu arcebispo Cardeal Infante D. Afonso, que as mandou imprimir. Vid. Liv. Ant. Port., I, pp. 525-541.

Pedro Nunes, TRATADO DA SPHERA COM A THEORICA DO SOL E DA LUA

Lisboa, Germão Galharde, 1537.

No largo artigo dos Liv. Ant. Port., I, pp. 543-565 sobre esta obra insigne, D. Manuel expandiu com entusiasmo os seus sentimentos de admiração pelos estudos de Luciano Pereira da Silva e de Joaquim Bensaúde, dos quais fez algumas transcrições relativas ao nosso insigne cosmógrafo e à História da Ciência Náutica.

CONSTITUIÇÕES DO ARCEBISPADO DE BRAGA.


?>
Vamos corrigir esse problema