Primeira Parte - que compreende os anos que discorrem desde o de 1288 até princípios do de 1537

em a Villa de Thomar, admittido na minha Ordem entre os annos de 1450 e 1455. Estudou as Letras Sagradas em Paris, onde recebeo a laurea Doutoral, do que elle fazia tanto caso, que já depois de ter sido Lente de Vespera e de Prima de Theologia, costumava assignar-se, como eu vi ha pouco em muitos Prazos do Mosteiro de S. João de Tarouca, onde foi Abbade desde 1514 até 1520, que se crê ter sido o proprio anno do seu fallecimento: Fr. Joannes Clarus, Doctor Parisiensis. Escreveo sobre varias materias Theologicas, e nomeadamente contra os Judeos, razão esta, por que se deve accrescentar o seu nome ao dos mais Portuguezes, que refutárão os delirios da Synagoga. Já notei em minha Historia Critica e Chronologica da Real Abbadia de Alcobaça, que o maó estado dos Codices, onde se guardão as composições feitas por este insigne Cisterciense, não permitte que se tire a lume a Collecção das suas Obras Latinas. As proprias em linguagem dentro em poucos annos chegarião a um estado, em que seria impossivel transcreve-las; e por me parecerem dignas de um verdadeiro Monge, que endereçava as suas applicações literarias ao nobre fim da propria sanctificação, de envolta com a dos seus proximos, e offerecerem alguns ensaios de poesia vulgar, que já forão elogiados pelo mais critico e judicioso avaliador de taes Obras, que possuimos neste Reino (o Red.° P. José Agostinho de Macedo); eis as causas, que me decidirão a inseril-as neste primeiro volume de Ineditos. Não duvido que algumas, e especialmente a primeira, sejão traduzidas de Latim, o que lhes não diminue o preço; e como ahi se encontra a paraf rase de muitos Psalmos, creio que por esta razão ha de ser de todas a mais estimada e bem recebida.»

[ XXI ]

Há notícia de ter estado em Portugal outro indivíduo deste apelido: Vasco Dias Tanco de Frexenal, natural de Frexenal de Ia Sierra, na Estremadura espanhola. Vasco Diaz imprimiu «acidentalmente» no Porto as seguintes obras: Espelho de Casados, 1504; Arte de Arithmetica, 1540; e Constituições Synodaes do bispado do Porto, 1541. Tudo nos leva a crer que as notícias de L. Ferreira se referem a Diogo Freixinal.       

O Prof. A. Rodríguez Mofino proporcionou-nos há anos as seguintes notas bibliográficas sobre Vasco Diaz Tanco :

V. Barrantes, Narraciones Extremefías, 1870, t. I; Aparato Bibliográfico para la Historia de Extremadura, Madrid, 1875, t. I, art. «Fregenal»; «La patria de Vasco Diaz», em El Folk-Lor Frexnense y Betico Extremefio, Fregenal de la Sierra, 1882, cuad. I, pp. 9 a 30; Indice de ia Biblioteca Extremefía de Don V Barrantes, Madrid, 1881, pp. 148-149; Bartolomé J. Gallardo, Ensayo de una Biblioteca Espafiola de libros raros y curiosos, Madrid, 1863, t. II, art. «Diaz Tanco»; M. Serrano y Sanz, «Cautiverio de Diaz Tanco», em Revista de Archivos, Bibliotecas y Museos, Madrid, 1897; C. Moreno Garcia, «Vasco Diaz Tanco», em Revista Castellana, t. II, afio 1916, pp. 7 a 13; Eugenio Carré Aldao, «Vasco Diaz Tanco de Fregenal», em Boletin de la Real Academia Galega, t. 10, pp. 83 a 85; Pedro Salvá y Mallen, Catalogo de su Biblioteca, números 1224, etc.; Ricardo Heredia, Idem, números 2322, 1854, etc.; M. Murguia, Diccionario de Escritores Gallegos, art. «Diaz Tanco»; N. Zepedano y A. Neira de la Mosquera, Relación dei Viaje, etc., Santiago, 1852; N. Diaz Perez, Dicciona rio de Extremefíos Ilustres, Madrid, 1884, art. «Diaz Tanco»; M. Macias, «Vasco Diaz Tanco», em Boletim de ia Comisión de Monumentos de Orense, 1924; Leandro Fdz. Moratin, Orígenes dei Teatro Espaííol, em «Biblioteca de Autores Espafoles», 1846; J. Fillet, «Obras de Vasco Diaz Tanco», em Revista de Archivos, Bibliotecas y Museos, 1924.

A esta nota bibliográfica acescentaremos o artigo Los Veinte Triumphos hechos por Vasco Diaz de Frexenal, do P.e Atanasio López, em Bole tin de la Comisión de Monumentos... de Orense, n.° 223 (Julho-Agosto de 1935); Doutor João de Barros, Espelho de Casados, 2.a ed. (Porto, 1874), pub. por Tito de Noronha e António Cabra

[ XXII ]

O Dr. J. M. Teixeira de Carvalho, no estudo sobre Garcia d'Orta, ocupou-se larga e documentadamente da oposição de João Ribeiro à cadeira de Lógica, dos respetivos concorrentes, da irregularidade com que regeu a cadeira e por fim da sua renúncia. Vejam-se as pp. 782-787 do vol. III (1914) da Revista da Universidade de Coimbra, onde o referido estudo foi publicado, assim como o apêndice documental. Neste estudo, a p. 787, o mesmo erudito investigador publicou o documento da decisão do conselho, de 15 de Janeiro de 1530, mandando ao bacharel Pedro Nunes que «daquj em diante lea tres licoens. s. as duas q ja lia pela manejra q as llia [Filosofia Moral] e lera majs a licam de Mte joam Ribeiro... ». Resulta deste documento que a cadeira de Lógica era de uma só lição.               

[ XXIII ]                                                                                                                                             (§ 1023)

O Dr. J. M. Teixeira de Carvalho, no citado estudo sobre Garcia d'Orta (em Revista da Univ. de Coimbra, III, pp. 786-788) publicou o documento de 4 de Dezembro de 1529 pelo qual Pedro Nunes foi eleito lente de Filosofia Moral e um outro documento de 6 de Abril de 1531, também referente a Pedro Nunes, o qual dissipa as dúvidas que aquele documento poderia suscitar.             

O mesmo erudito investigador, no estudo intitulado Dois capítulos da vida de Pedro Nunes, em Revista da Universidade de Coimbra, vol. IV (1915), p. 389, retificou o passo deste aditamento, no qual Leitão Ferreira, por informação de Carneiro de Figueiroa, escreve que Pedro Nunes, «ainda que deixou de ser lente da Universidade, ficou residindo em Lisboa... ».               

Neste estudo, a p. 387, Teixeira de Carvalho publicou o auto da licenciatura e doutoramento de Luís Nunes, de 16 de Novembro de 1535, e na p. seguinte o auto de licenciatura de Manuel de Loronha, de 21 de Janeiro de 1537.

Sobre Luís Nunes de Santarém são dignas de leitura as duas páginas que o Prof. Maximiliano Lemos lhe dedicou no estudo intitulado A Universidade de Salamanca e os médicos portugueses do século XVI, em Estudos de História da Medicina Peninsular, Porto, 1916.

[ XXIV ]                                                                                                                                             (§ 1031)


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