Primeira Parte - que compreende os anos que discorrem desde o de 1288 até princípios do de 1537

Graças à bibliografia posterior às Noticias Chronologicas é hoje possível desenvolver o conciso sumário deste parágrafo. Assim: 

a) Em 1510, Pedro Margalho foi eleito colegial do Colégio Maior de Santa Cruz de Valhadolid. (Vid. Saturnino Rivera Manescau, Pape les pertenecientes al Cole gio Mayor de Santa Cruz de Valladolid, em Catálogos [II] de las Bibliotecas Universitaria y Provincial (Santa Cruz) de Valladolid, Valladolid, 1920, p. 138).

b) Na Historia del Cole gio de San Bartolomé, de Salamanca, diz-se que se despediu do Colégio de Santa Cruz em 11 de Novembro de 1517, para se estabelecer em Salamanca. (Apud Esperabé y Arteaga, Historia de la Universidad e Salamanca, t. II, Salamanca, 1917, p. 370).

c) Margalho ocupa o nº 262 na relação dos colegiais de São Bartolomeu de Salamanca. (Esperabé, ibid.).

d) Segundo Esperabé (ob. e loc. cit.), «parece que se encarregou de uma das cátedras cursatórias de Artes, que desempenhou até 1522.»

e) A sua nomeação para a cátedra de Filosofia moral devia, segundo Esperabé (ob. e loc. cit.) ter ocorrido por 1525, após o falecimento do Mestre Colónia.

f) A cátedra de Prima de Teologia, de Salamanca, foi declarada vaga em 2 de Agosto de 1526, pelo falecimento de Fr. Pedro de León. Sobre esta vaga e o concurso de P. Margalho e de Fr. Francisco de Vitória vid. Fr. Luis G. Alonso Getino, OP, El Maestro Fr. Francisco de Vitoria y el renacimiento filosófico teológico dei siglo XVI, Madrid, 1914, pp. 40-44 e respetivos documentos.

g) Em 1526 era deputado à Universidade de Salamanca, por ser catedrático de propriedade. (Esperabé, ibid.).

h) Margalho fez parte da Junta encarregada de examinar as obras de Erasmo, a qual se reuniu em Valhadolid de 27 de Junho a 13 de Agosto de 1527. Vid.: Getino, ob. cit., cap. XII; A. Paz y Melia e Manuel Serrano y Sanz, Atas originales de ias congregaciones celebradas en Valhadolid en 1527 para examinar las doctrinas de Erasmo, em Revista de Archivos, Bibliotecas y Museos, Madrid, t. VI, pp. 60-73; Menéndez y Pelayo, Historia de los heterodoxos espaiioles, 2.a ed., Madrid; Marcel Bataillon, Les portugais contre Erasme à l'assemblée théologique de Valladolid (1527), em Miscelânea de estudos em honra de D. Carolina Michaëlis de Vasconcellos, Coimbra, 1930.      

i) Em 1528, 21 de Dezembro, prestou o juramento prévio para incorporar o seu grau de Mestre em Teologia, na Universidade de Salamanca. (Esperabé, eo. loc.).          

j) Em 19 de Fevereiro de 1530 foi declarada vaga a cátedra de Filosofia Moral por Pedro Margalho se haver ausentado da respetiva regência sem licença. (Esperabé, eo. loc. e Getino, ob. cit., p. 130).  

[ XXV ]                                                                                                                                              (§ 1032)

Aos «favores e mercês» dispensadas por D. João III a Pedro Margalho e apontadas neste parágrafo cumpre acrescentar o alvará de 22 de Fevereiro de 1537, pelo qual D. João III concedeu ao impressor Baltasar Dias o privilégio de impressão, contanto que «se elle fizer algüas obras que toquem em cousa de nosa sancta fee, nam se ymprimiram sem primeiro serem vistas e enjaminadas por mestre Pedro Margualho, e sendo por elle vistas, e achando que naõ falla em cousa que se nam deua fallar, lhe pase diso sua certidam, com a qual certidam ey por bem que se ymprimam as taes obras e doutra maneira naõ.» (Apud Sousa Viterbo, Fr. Bartholomeu Ferreira o primeiro censor dos Lusíadas. Subsidios para a história literaria do seculo XVI em Portugal, Lisboa, 1891, pp. 2-3).         

[ XXVI ]                                                                                                                                             (§ 1036)

Leitão Ferreira, que não logrou ver todos os escritos de Pedro Margalho, errou ao julgar que o Tratado de Lógica da Seita dos Nominais e o Compendio de Física eram uma e a mesma obra. Com efeito,Pedro Margalho publicou em Salamanca, em 1520, duas obras diversas, respetivamente:     

a) Phisices Compendium.           

A Biblioteca Nacional de Lisboa conserva um exemplar incompleto deste livro, valioso para a história da ciência no primeiro quartel do século XVI, e que Fernando Colombo invocou na Junta de Badajoz, reunida para decidir o pleito entre Portugal e Espanha acerca das Molucas.   

b) Margallea logices vtriusque Scolia i diui Thome subtilis que duns doctria ac notaliú.

En 4º got. de 38 fls. inum, assin. a-e. Datum calcographis Salmantice quum regnat iustissimus vnus qui fuit in Lusitanorum schemate regum et seruantissimus equi emanuel aseruatoris ortu mil. d. x x..

Não existe em Portugal, um exemplar deste raríssimo livro, que Barbosa Machado (Bibliotheca Lusitana, s.v. «Pedro Margalho») não cita. A Biblioteca Colombina, de Sevilha, guarda o exemplar que pertenceu a Fernando Colombo e é descrito no t. V, p. 54, de Biblioteca Colombina, Catalogo de sus libros impresos... com notas do Dr. D. Simón de la Rosa y López. 

[ XXVII]                                                                                                                                                           (§ 1167)

O Prof. Dr. M. Gonçalves Cerejeira, atual Patriarca de Lisboa, na sua tese de doutoramento, O Renascimento em Portugal. Clenardo, vol. I, Coimbra, 1917, pp. 41-45, sustentou fundadamente a opinião de Clenardo haver partido para Portugal «com o poeta Resende», que o «encantara com as suas cantigas», em 1533, e não em 1534, como pensara Leitão Ferreira. Da segunda edição deste livro (Coimbra, 1926) transcrevemos a erudita nota seguinte:             

«Pela primeira vez aqui se estabelece o ano de 1533, próximo do seu fim, como sendo o da vinda de Clenardo para Portugal. Todos a têm colocado no ano de 1534, firmando-se aliás na data duma carta do próprio Clenardo nomeadamente os que melhor escreveram sobre eles: os belgas Chauvin e Roersch, e, em Portugal, o beneficiado Leitão Ferreira. Este exprime-se nos seguintes termos:


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