Segunda Parte - que compreende os anos que discorrem desde princípio do de 1541 até fim do de 1547 (II)

Sobre a incorporação deste funcionário na Universidade como doutor por graça real, veja-se supra, neste aditamento, o que escreveu o Doutor Navarro, em carta de 7 de Junho de 1546 à rainha D. Catarina.

V

PROVIDÊNCIAS ADMINISTRATIVAS

a) Sobre o trigo para provimento da Universidade.       

Verificando-se a escassez de trigo na Universidade, e havendo na vila de Ranhados o excedente de três mil alqueires para as necessidades desta vila, determinou D. João III que este excedente fosse vendido à Universidade. Neste sentido expediu em 14 de Abril de 1546 três diplomas dirigidos respetivamente:           

- ao Reitor da Universidade, anunciando a resolução;  

- a Simão Saraiva, ouvidor do Marquês de Vila Real, ordenando que deixasse sair de Ranhados os três mil alqueires de trigo para a Universidade;    

- e a todas as autoridades, para que deixassem transitar livremente e dessem as necessária facilidades para o transporte do trigo de Ranhados para Coimbra (ibid., pp. 10-12).         

b) Sobre o recebimento das rendas que a Universidade tinha em Lisboa.          

A carta de 21 de Junho de 1546 determinou que cessasse o ofício de recebedor das rendas de Lisboa, juntando-se num só cargo, o do recebedor das rendas da Universidade, todos estes serviços.         

Como dissemos atrás, Bartolomeu Valente, que exercia este ofício em Lisboa, foi compensado com a mercê de uma tença (ibid., p. 29).     

[ LXIII ]                                                                                                                                                  (§ 271)

SOBRE JOÃO DE MELO DE SOUSA

João de Melo de Sousa havia sido nomeado por alvará de 8 de Fevereiro de 1547 lente substituto da cadeira de Sexto, no impedimento de Bartolomeu Filipe, que estava ausente da Universidade e se encontrava doente.     

Gaspar Gonçalves, porém, fora anteriormente provido nesta substituição, que obteve oposição. Por isso ficara sem efeito a nomeação de 8 de Fevereiro e para «fazer mercê» a João de Melo de Sousa determinou D. João III, por alvará de 21 de Abril deste ano de 1547, que o Reitor da Universidade lhe cometesse a regência de uma cadeira nos dois meses de férias grandes, e lhe fossem pagos 40 mil réis das rendas da Universidade, sem embargo de não haver lido a referida cadeira de Sexto (vid. M. Brandão, Documentos..., cit., vol. III, p. 86).        

[ LXIV ]                                                                                                                                                 (§ 300)

A primeira nomeação referida neste parágrafo respeita à leitura nas vacações de 1547 de uma catedrilha de Teologia, e pode ler-se nos Documentos de D. João III, vol. III, p. 88. O nome de Diogo Texeda não aparece, mas é quase certo que deve identificar-se com «o Rector do Collegio de Saõ Fr.c° dos convêtuaes», a que alude o documento.           

A segunda, publicada igualmente pelo Dr. M. Brandão, eo. loc., p. 184, designa-o de Fr. Diogo de Teixada, e não Texeda, e nomeia-o não só para ler uma das catedrilhas de Teologia nas vacações de 1548, mas para continuar esta leitura durante três anos letivo. Os lentes de vacações recebiam apenas 4 mil réis anuais, mas por este alvará Fr. Diogo de Teixada receberia 8 mil réis.       

[ LXV]                                                                                                                                                 (§ 303)

Pode ler-se esta carta régia, em rigorosa transcrição, no vol. III, pp. 92-93, dos Documentos de D. João III, publicados pelo Dr. Mário Brandão, e o respetivo cotejo com o texto de Fr. Nicolau de Santa Maria, no vol. 1 de O Colégio das Artes, pp. 456-457, do mesmo professor.

[ LXVI ]                                                                                                                                                 (§ 306)

SOBRE A DATA DA CHEGADA A LISBOA DE ANDRÉ DE GOUVEIA E DOS MESTRES, QUE O ACOMPANHARAM

Examinando a afirmação de que André de Gouveia e os mestres franceses já se achavam em Lisboa, no mês de 1547, o Dr. M. Brandão escreve em O Colégio das Artes, vol. I, pp. 74-75: 

«A data exata desta chegada não consta de documento algum, mas foi provavelmente na primeira metade de Abril, visto terem partido de Bordéus no mês de Março e atravessado a Espanha pela Quaresma, que ainda durava quando passaram por Torre de Moncorvo, pois Costa aí delinquiu comendo carne. Estavam, pois, em território português já antes de dez de Abril, que foi Domingo de Páscoa.»       

[ LXVII ]                                                                                                                                             (§ 306)

SOBRE O CONSELHO UNIVERSITÁRIO DE 19 DE JULHO DE 1547


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