Segunda parte - que compreende os anos que discorrem desde princípios do de 1548 até o de 1551 (III - tomo I)

I                                                                                                                                                                (§1)

SOBRE ANDRÉ DE GOUVEIA E O COLÉGIO DAS ARTES

Dos vários desenvolvimentos que a matéria deste § comporta, trataremos especialmente dos seguintes:

1) Escritos de André de Gouveia A «Schola Aquitanica»

Ao que parece, a única produção literária de André de Gouveia é constituída pelos seguintes versos jâmbicos, compostos para servirem de epílogo ao livro de João Gélida, seu professor de filosofia no Colégio parisiense de Santa-Bárbara: Johannis Gellidi de quinque universalibus et eorundem abstractione intelligentia, adjectis pro majori commoditate in Porphyrium commentariis (In-fol., Paris, 1527):

Andreae Gouveani et Libri colloquium

LIBER.   Nefanda iniquae cerno linguae vulnera.

              Abire nollem, sea manere tempora

              Quieta: nam nunc non licet per invidos.

              Dolent (quod acre est) blaterones ethnici Quod exeam.

ANDR.

               Imo te ut queant attingere,

              Deum precantur; nam volentes ruribus

              Inserere amomum, seminarunt stercora,

              Quae adhuc manu tangi recusant, ni prius

              Crocos in hortis colligant, quos omnibus

              Dedit legendos praepotens Valentia.

              Subinde magni litterarum principes

              Tulere morsus. Adde quod solum boni

              Habent Catones et protervos judices.

              Oh id quid, oro, ut quod timere debeas?

             Loquaculos ne hujus, libelle, feceris.

LIBER.  Nihil laboro; laetus imo prodeo.

Pode suspeitar-se que as investigações nos descubram o perdido manuscrito das Orationes habita in Collegio Barbarano e nos reservem a surpresa de algumas olvidadas produções literárias; no entanto, seja qual for o resultado final dessas investigações, pode afirmar-se, sem sombra de dúvida, que a fama e notoriedade de André de Gouveia procedera dos seus talentos pedagógicos, que não literários.

São vários os testemunhos, assim próprios como alheios, dos talentos pedagógicos de André de Gouveia; dentre todos, porém, avulta a Schola Aquitanica, prefaciada pelo Dr. Alfredo de Carvalho, prof. do Liceu e Diretor da Biblioteca Erudita de Leiria

2) Regimento do Colégio das Artes no tempo de André de Gouveia

São vários os documentos relativos ao Colégio das Artes desde a chegada de André de Gouveia a Portugal, em 1547, talvez pelos meados do ano, até ao seu falecimento em Coimbra, em 9 de Junho de 1548; o respetivo índice cronológico pode ver-se no vol. I de O Colégio das Artes, pp. 489-492, do Dr. Mário Brandão, e a publicação no Apêndice a este volume, nos Documentos de D. João III, vol. III, e nos Alguns documentos para a História dos Jesuítas em Portugal, Coimbra, 1899, do Dr. António José Teixeira. […].

II                                                                                                                                                              (§2)

Das diversas designações que Leitão Ferreira refere neste parágrafo a que o uso mais aplicou e consagrou foi a de Colégio das Artes, que aparece pela primeira vez no Regimento de 16 de Novembro de 1547, no dizer do escrivão régio: Regimento sobre o Colégio das Artes pera Vossa Alteza ver: (Vid. Mário Brandão, O Colégio das Artes, vol. I, p. 356).        

Além destas designações, o Dr. Mário Brandão, refere ainda as seguintes:       

Colégio das Artes e Humanidade; Colégio da Universidade de Coimbra, autenticadas por documentos, e admite, quanto à de Colégio Novo, «que Leitão Ferreira se equivocou, confundindo a Escola Real com o Colégio fundado em fins do século XVI pelos Crúzios, cujo edifício ainda hoje conserva aquela denominação» (Ibid., pp. 354-361).             

Em latim, logo se estabeleceu a designação de Regium Gymnasium. (Vid. por exemplo., hic., 296 e a anotação ao § 14).

III                                                                                                                                                                (§3)

Este parágrafo é decalcado sobre uns períodos da p. 69 das Memórias da Universidade de Coimbra, de E Carneiro de Figueiroa, o que aliás Leitão Ferreira declara. O Conselho da Universidade a que o parágrafo se refere realizou-se em 21 de Janeiro, e não em 22, e o passo da respetiva ata encontra-se publicado pelo Dr. Mário Brandão, O Colégio das Artes, I, p. 460.      

IV                                                                                                                                                              (§ 4)

SOBRE A DATA INAUGURAL DO COLÉGIO DAS ARTES


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