Segunda parte - que compreende os anos que discorrem desde princípios do de 1548 até o de 1551 (III - tomo I)

«Do dr. Eusebio dizia Costa ser inimigo seu, porque o tinha posto fora do Collegio de Coimbra aonde leccionava. Eusebio era italiano e transportara para Coimbra o torpe vício de alguns Cesares da decadente Roma. O primeiro a queixar-se fôra um alumno do proprio Collegio, de nome Brandão, o qual era irmão da mulher de Balthazar de Faria, então Embaixador em Roma. O estudante, para evitar a repetição do attentado de que havia sido víctima, saira do Collegio, passara a viver com um parente que tinha em Coimbra, e a final entrara para o Collegio de Jesus. Costa, diz que, informado do caso, reprehendera o lente asperamente.    

«Não se emendou elle porém, porque, havendo mais tarde alugado casa perto da residencia do Deão e trazido na sua companhia um rapazito, filho de uma mulher pobre, foi de novo, poucos mezes depois, accusado e levado perante a auctoridade ecclesiastica».        

[ VIII ]                                                                                                                                                   (§ 19)

SOBRE JORGE BUCHANAN

Da vida e obras deste mestre interessa-nos particularmente o que se reporta à sua atividade em Coimbra, pelo que distribuiremos os respetivos informes da seguinte maneira:    

a) Notícias biográficas  

1) Da: Georgii Buchanani Vita ab ipso scripta biennio ante mortem, pub. em Georgii Buchanani... Opera Omnia historica, chronologica, juridica, politica, satyrica et poetica, curante Thoma Ruddimanoo... Leide, M.DCCXXV.  

[ IX ]                                                                                                                                                      (§ 21)

Leitão Ferreira refere-se neste parágrafo ao seguinte livro:      

IACOBI TEVII Lusitani Epodon siue Iãbicorum carminum libri tres: Ad Sebastianum primum, inuictissimum Lusitani Regem. Hoc opus examinatum et approbatum est tum sanctw Inquisitionis, tum ordinaria authoritate. Olysipone excudebat Franciscus Correa Typographus Serenissimi Cardinalis Henrici Anno 1565.          

A. J. Anselmo, na Bibliografia das obras impressas em Portugal no século XVI, Lisboa, 1926, fez a descrição pormenorizada deste raro livro (nº 480), informando que um dos exemplares da Biblioteca Nacional de Lisboa conserva as fls. 152 e 153 que foram mandadas suprimir pela censura.             

[ X ]                                                                                                                                                         (§ 22)

O livro I dos Epodon intitula-se: Sententiarum utilium quidem omnibus hominibus, sed Regibus ac rerum Moderatoribus prxcipue, quibus addita est boni Principis institutio: liber primus.           

O texto latino deste livro I foi reeditado por José Caetano de Mesquita e Quadros na colectânea Jacobi Tevii Bracarensis Opuscula, quibus accessit Commentarius de rebus ad Dium gestis. Parisiis, excudebat Franc. Ambr. Didot, 1762; e posteriormente, acompanhado da tradução portuguesa, nas seguintes reedições:

— Epodos, que contêm sentenças uteis a todos os homens, ás quaes se acrescentam Regras para a boa educação de um principe: composto tudo na lingua latina pelo insigne português Diogo de Teive, e traduzido em vulgar em verso solto por Francisco de Andrade. Lisboa, na Officina de Francisco Luis Ameno, 1786. Devida a Francisco de Sousa Pinto de Massuelos            ( 1821).

— Epódos que contem Sentenças uteis a todos os homens, ás quaes se accrescentaõ regras para a boa educação de hum Principe: composto tudo na lingua latina pelo insigne português DIOGO DE TEIVE, lente de Humanidades, e depois Reitor do Collegio das Artes da Universidade de Coimbra no tempo d'Elrei D. Joaõ o Hl. Traduzido na vulgar em verso solto por FRANCISCO DE ANDRADE, chronista mór da Torre do Tombo. Copiado fielmente da edição de Lisboa de 1565. Lisboa. Na Impressão Regia. 1803 Segundo Inocencio (Dic. Bibl., II, 176) esta reedição é reimpressão da anterior.

Sobre a interpretação histórico-literária deste livro e de um modo geral sobre as conceções de Teive vejam-se as esclarecidas observações de Luís de Matias em O humanista Diogo de Teive, pub. na Revista da Universidade de Coimbra, vol. XIII e em separata, Coimbra, 1937.

[XI]                                                                                                                                                          (§27)

Cremos que a autoria da tradução portuguesa não está ainda definitivamente esclarecida, pelo que subsistem as observações e hipóteses de Leitão Ferreira.

[XII]                                                                                                                                                         (§ 29)


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Vamos corrigir esse problema