[ XXVI ]                                                                                                                                              (§ 55)

Manuel Tomás veio de França, e sobre ele veja-se a p. 192 do vol. II da Segunda Parte destas Noticias Chronológicas.

O Livro da Recepta & despesa das Rendas da Vniversidade per Manuel leitam-4 começou per pascoa de 544 annos. Scrjuam Manuel tomas, foi publicado pelo Dr. Mário Brandão, Coimbra, 1938.  

[ XXVII ]                                                                                                                                                              (§ 56)

DUAS ORATIONES DE MESTRE JOÃO FERNANDES

As notícias relativas a este mestre dadas em volumes anteriores juntaremos agora as seguintes:

No exemplar que a Biblioteca Nacional de Lisboa possui do livro: Doctissimi viri... loannis de Regiomonte, de Triangulis omnimodis quinque... Accesserunt huc... D. Nicolai [de Cusa] de Quadratura circuli  Norimbergae... MDXXXIII, e outrora pertencente ao Colégio que a Companhia de Jesus teve em Coimbra, lê-se a seguinte nota manuscrita:

Dedit mihi dono hüc librü loa fies Fernãdus. natione Baeticus uariae magnae que eruditionis uir qui ohm Compluti tunc Conimbricae rhetoricem profitenatur. Anno 1546.

[ XXVIII]                                                                                                                                                            (§ 60)

NOTICIAS BIOGRÁFICAS DE BELCHIOR BELEAGO

Depois do artigo que D. Manuel Caetano de Sousa dedicou a Beleago foram reveladas algumas notícias que dilatam o nosso conhecimento da vida e do carácter deste mestre.       

As fontes capitais encontram-se nos processos de Buchanan e de Teive, atrás reproduzidos, e nos demais processos ainda inéditos, designadamente o de João da Costa; além disto, porém, há alguns dados e juízos que são de arquivar.          

a) Do Dr. Mário Brandão, em o cit. Os professores dos Cursos das Artes do Convento de Santa Cruz, na Universidade e no Colégio das Artes de 1535 a 1555, em Biblos, V, pp. 99-100.       

«MESTRE BELCHIOR BELEAGO, 1548-1552.

«Êste curso de Beleago, um dos difamadores dos professores bordaleses, foi assinalado pelos incríveis abusos que Diogo de Teive, ante os protestos dos discípulos de Beleago, teve que reprimir. Acerca desses tristes sucessos e da inimizade deste mestre parisiense contra os invejados e odiados bordaleses consulte-se o nosso O Colégio das Artes.  

«Este curso de Beleago consta do Livro 4 de autos e graus, caderno de               1550, fl. 22, 22v., 23, 23v., 24, 24v., caderno de 1552, fl. 13, 13v., 14, 14-15, 16. 

«Como achegas para uma futura biografia deste professor acrescentaremos que, em 15 de Dezembro de 1548, provou ter frequentado quatro cursos de teologia em Paris, os quais lhe foram admitidos pela Faculdade de Teologia conimbricense. Em 1554 Beleago opôs-se à vaga duma tercenaria da Sé de Coimbra, que se dera por morte de Diogo Ferreira. Mas foi preterido, pois o nomeado foi mestre Diogo de Gouveia, de Coimbra.»

b) Do Dr. M. Gonçalves Cerejeira, em Clenardo, 2 ed. cit., p. 10, n.        

Entre as poesias de Buchanan, que atrás deixamos transcritas, contam-se os epigramas que dirigiu ao seu colega Beliago; julgando-os, escreveu o Dr. G. Cerejeira o seguinte:    

«Sete vezes a maliciosa musa de Bucanano crivou de epigramas o mestre Belaágoa, sendo de notar que este aqui citado [ Voluscres que coelivendit, et pisces maris] é dos mais inocentes... De perfeito sabor rabelaisiano, obra-prima de malícia, pode apontar-se aquele em que insiste na injúria de judeu, no Livro dos Hendecassílabos. Outras vezes apresenta-o como sendo o próprio génio da mentira:        

Beleago fomes et parens mendacii

Ab ore cujus pavida ventas fugit...»

[ XXIX ]                                                                                                                                                 (§ 61)

Leitão Ferreira teve em vista o que Carneiro de Figueiroa escreveu nas cit. Memorias da Universidade de Coimbra, pp. 78-79; ultimamente, o Dr. Mário Brandão no seu livro Coimbra e D. António Rei de Portugal. I — A Educação de D. António, Coimbra, 1939, ocupou-se dos estudos de D. Fulgêncio em Santa Cruz com segura erudição e larga cópia de notícias até então inéditas.

[ XXX ]                                                                                                                                                   (§ 62)