A escola capitular de Guimarães e a legacia do Cardeal João de Abavila

Graças à consignação da prebenda, o legado pontifício assegurara a estabilidade de um ensino, que, se já havia anteriormente como o inculca a existência de alguns mestres, tudo indica ter sido instável e precário; sob este ponto de vista, a sua reforma da Colegiada representa como que uma nova fundação, compreendendo-se que nos fins do século, em 1291, D.S Dinis a invocasse e revalidasse como estatuto capital da Colegiada  e em 1293 a escola persistisse sob a direção de Domingos Fernandes, Doctor in Grammatica in Vimaranem''.            

Nenhuma notícia chegou até nós acerca da organização interna da vida estudantil 18 e dos textos adotados. Tudo é incerto, como a própria duração da escola, que com vicissitudes várias parece ter chegado ao alvorecer da Renascença 19, a qual só se tornou luz clara no Mosteiro da Costa e não na Colegiada; no entanto, é de crer que os estudantes se repartissem, como em Alcobaça, pelo menos, pelas duas primeiras das usuais classes de tabulistas, donatistas e alexandristas, assim designadas pelos compêndios por onde estudavam —, os tabulistas formando a classe dos que aprendiam a ler na tabula, ou abecedário em latim, os donatistas, ou aprendizes da Ars de Donato (circa 350), isto é, a gramática elementar, e os alexandristas, ou estudantes do Doctrinale puerorum de Alexandre de Ville Dieu (Villa-Dei, 1-1250) e do Graecismus de Evrard de Bethune (1212), uma e outra gramáticas versificadas e de grande voga.        

Coimbra


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