Uma obra insólita de Pedro Nunes: Defensão do Tratado da Rumação do Globo para a Arte de Navegar

Por informação do Dr. Giacinto Manuppella tivemos há anos notícia de que o Catálogo dos manuscritos da Biblioteca Nacional de Florença referia a existência de uma obra que parecia ser de Pedro Nunes. Baldados os reiterados esforços para obter a fotocópia, somente em Junho de 1949 nos foi possível examinar in loco o manuscrito, cuja rápida leitura logo nos convenceu tratar-se de uma obra autêntica, desconhecida, inédita e de capital importância, por dizer respeito a uma das explicações geniais de Pedro Nunes, a loxodromia, e ao traçado dos rumos nas pomas, do qual somente possuíamos a exposição que o insigne cosmógrafo fez nos capítulos 21 e seguintes do liv. II do De arte atque ratione nauigandi, cuja fonte direta parece ter sido o livro que Pedro Nunes defende e cujo texto não chegou até nós.        

Temos ao presente esta obra no prelo, graças à cópia que nos proporcionou o ilustre filósofo Felice Bataglia, decano da Faculdade de Letras de Bolonha; entretanto damos aos nossos leitores as primícias do conhecimento das páginas iniciais e do final do manuscrito que pertenceu a Luís Serrão Pimentel e este ofereceu ao Príncipe herdeiro da Toscana, mais tarde Cosme III, aquando da sua visita a Portugal em 1668-9. A obra entra no assunto sem designação, pelo que a intitulamos Defensão do Tratado da rumação do globo para a arte de navegar.      


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