Um Túmulo Renascença. A Sepultura de D.S Luís da Silveira em Góis, por Vergílio Correia

O túmulo do regedor D.S João da Silva é feito por mestre Nicolau. A estátua jacente é feita pelo mesmo mestre que fez as dos reis D.S Afonso Henriques e D.S Sancho I na capela-mor da igreja de Santa Cruz de Coimbra. São as mesmas mãos magras, a mesma atitude, o mesmo leão aos pés.

A semelhança salta aos olhos menos experimentados.

Esse escultor foi mestre Nicolau segundo documentos conhecidos.

Ora as figurinhas nuas do túmulo de Góis, os motivos decorativos foram feitos pelo mesmo cinzel que lavrou as do túmulo do regedor.

Seria por isso o túmulo de Góis de mestre Nicolau. A estátua de D.S Luís da Silveira, apesar da diferença de atitude, lembra as estátuas jacentes de Santa Cruz de Coimbra na forma de talhar os lábios, rasgar a boca e pôr as mãos que são como as de Santa Cruz ossudas, rígidas, finas.

Diogo de Castilho encarregado por D.S Luís da Silveira de fazer uma sepultura melhor do que as de S. Marcos, se fosse possível, chamou o mesmo artista que desenhou as do mosteiro e corrigiu a sua execução, mestre Nicolau, que fora já seu parceiro noutras empreitadas.

Da sepultura de D.S Luís da Silveira devem aproximar-se as dos Lemos na igreja matriz da Trofa, mandadas fazer em 1554 por Duarte de Lemos, filho de D.S João Gomes de Lemos e neto de Gomes Martins.

As sepulturas estão na capela-mor e são quatro, duas do lado da epístola (Duarte de Lemos e D.S Joana de Lemos, sua mulher), duas do lado do evangelho (João Gomes de Lemos e Gomes Martins de Lemos e D.S Violante de Sequeira, mulher de João Gomes de Lemos, D.S Maria de Azevedo, mulher de Gomes Martins de Lemos). Todos os túmulos são da mesma data (1554).

DR. TEIXEIRA DE CARVALHO.


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