Naõ he do mesmo sentim.° o Duq. de Baviera queixamdose de q o Emper." Defunto mandara dar peçonha ao Princepe Eleitoral seo f.° e fez hü manifesto , em q mostra as ingratidoens desta clemencia Austriaca, de q a historia está cheya. Tambem Espanha lhe tem obrigaçam de a querer herdar q.do Carlos Princepe da Flandres tomou a pena de passar a Castella a fazerse S.', daq.'a monarchia. Isto, Ex.ª"' S.r, naõ he murmurar de testas coroadas, he som.te discursar sobre os termos da gazeta, de q ella podera passarse sem ofensa da gloria d'ElRey Carlos. Naõ sei se Barcelona sem sublevaçam subirá o clemente jugo deste Princepe: eu o dezejo como Portuguez, mas naõ o creyo como homem.
O seo sitio compoemse de hü ataque, e o lançam." das bombas naõ significa mais q telhados quebrados. Naõ fio da ferociD.se do G.aInglez o q esperava do valor disciplinado do Princepe Alemami°, ainda q as m." obediencias, se rendem a El Rey Cat.—, fazem crer, q naõ haverá rezistencia naq.'° Condado; hé necess.° saber, se aq.'" Lugares saõ mais avindos, q obedientes; sugeitos como a vencedor, ou como a Rey. De tudo nos hade aclarar o tempo. O sitio de Badajoz nos dá milhores esperanças, porg o atacaõ em forma 25 mil soldados. Esta reducçam será de gr. p.' as nossas armas, e de gr."' conseq.a p.a nossos intereces. Naõ continüo por naõ dar a V. Ex.ª' a pena de ler hüa letra taõ ambaraçada, q ainda lhe será mais custoza, q as vizitas de tantos frades; mas honde hirá V. Ex.ª', que naõ ache contra as comodiD.s" do seo repoizo sempre armadas as importunaçoens do nosso resp.'o? p.a,' .D.SG. a pessoa de V. Ex.ªª por m. a. Lx. 13 de Outr.° de 1705.
IV
Ex.ª— Srir. Dou graças a D.Ss de ouvir que a Saude de V. Ex.ª' fica restabelecida. A ProvD.s' Divina, q conhece a importancia della, naõ hade negar os ouvidos aos nossos rogos, nem retirar os olhos da nossa necessiD.se. Torno a pôrme aos pés de V. Ex.ªª em acçam de agradecim.t° pella benevola carta, q foi servido escreverme em 16 do Corr., e torno a verme na estereliD.s' de naõ saber nova algüa, com q retribua a V. Ex.ªª a pena de me escrever. Eu naõ vou á Corte, nem a faço: o meu requerim. hé dirigido pello ceremonial velho; sou gr. da proviD.sa dos Princepes; a minha ambiçam contentase com a dissimilhança, e a minha pobreza acha abertos os thezoiros do Evang.°
Os ultimos postilhoens naõ trouxeraõ boas noticias de Badajoz; queira D.S q tenhamos a fortuna de levantar o sitio com pouca perda. V. Ex.ª'bem sabe, q o inimigo juntou em Talavera hü corpo de tropas, e veyo com pés de lan meterse entre Badajoz, e o Forte de S. Christovaõ, passando dois rios em hua noite, e fortificando a passagem p.a milhor se segurar do nosso recentim. Introduzio socorro na Praça; nôs acudimos tarde, quizemos impedir a marcha, e hüa embuscada de artilharia nos fez algú dano. Seguese o levantam.do sitio por ordem da Corte, e elle o estaria já pella desgraça da acçam; o ponto hé poder retirar a artilharia, se D.Ss e o inimigo nos derem tempo. Dizem q a retirada hade ser por Olivença,e q de Elvas, e Campomayor naõ podem trazemos nem carruagens, nem provizoens. Os min. q naõ votaraõ neste sitio, tem razam p. se não arrependerem, e todos a temos p. sentir hü contratempo desta natureza, q naõ soube prevenir a nossa economia, nem evitar o nosso escarm. Hé verD.s q naõ hé esta a 1.' Praça, q foi socorrida, nem o 1.º sitio levantado; mas as circunstancias, q concorrem e as precedencias de nossos sucessos fazem irreparaveis os golpes da critica, e duvidoza a continuaçam das assistencias de nossos Alliados.
Dizem q os ataques de Barcelona tiverão a mesma sorte, e se espera brevem. a Armada com EIRey Cat.; queira D.Sesta nova naõ tenha confirmaçam, e q nem sempre a estrella d'El Rey Xp.m° seja advogada da injustiça da sua cauza.
Hé publico q D.S Thomás de Almeyda vai p.a Bispo de Lamego, e q Ant.° de Basto Per. faz dilig.as p.a a Secretaria de Estado, e será hu gr. min.°, por q fala m., e escreve pouco. Outro min.° tem os votos da Republica, mas nem o pretende, nem o dezeja; e agora conheço eu a razam, porq os animais nadaõ sem ensino, e os homens naõ; porq aq. naõ conhecem o perigo, e estes sim. Naõ oiço q se continúe a falar em dar casa ao Princepe, devia prevalecer sem duvida a maxima de q a separaçam de meu, e teu naõ he segura entre Princepe Pay, e Princepe filho. Remeto a V. Ex.ª' os papeis incluzos p.a se entreter p cam.°, e fico esperando a boa vinda de V. Ex.ª' p.' me resgatar desta minha infeliciD.se, e cantar com mais razam o Benedictus Dominus —, e sempre ás ordens de V. Ex.ª' como inseparavel de seos intereces. D.SG. a V.Ex.ª' m. a. Lx.a 20 de Outr.° de 1705.
V
Ex.m° Sr. Por estar há quatro dias com hu leicenço, ou frunculo, q me naceo debaixo de hü ouvido, e q me enche de comprastos, e de materias, naõ vou assistir na salla de V. Ex.ª Naõ duvido, q bastaria cauza menos doloroza p.a me atrahir o perdam, e ainda a lastima de V. Ex.ª.
A justificaçam deste impedimen. me dispensa da liberD.s, com q pesso a V. Ex.ª', q queira antes de acabar a sua semana buscar meyos p.fazer pres. a S. Mag. o meu Requerim em q se intereça tanto a minha reputaçam, como a just. do D.s S.r V. Ex.ª' hé o unico artifice da minha fortuna, e o 1.o reparador das desordens do tempo; sofra com a sua costumada benevolencia estes insultos da minha importunaçam emq. eu pesso a D.Ss, q me dê talento p. dispor a V. Ex.ª' hü agradecim.t° publico, e imortal. D.S G. a pessoa de V. Ex.ª por largos na. Lx.a 20 de Nov.° de 1705.
VI
Ex. S Á vista da generoza cosntancia, com que V.' Ex.ª Se emprega a lutar contra a minha fortuna nada me atemoriza, e este hé o mayor despacho q eu espero; viver na graça de V. Ex.ª As varied, de q estou ameaçado, inculcaõ bem o pouco agrado, q ha do meu serv.°, e do meu zelo. A paciencia hé hu remedio custozo, mas universal; queira D.S 4q aproveite, porq tenho della boa provizam. A 2.ª carta, q escrevi a V. Ex.ª' foi com a cauza de se haver divulgado por hü Secretr.° o meu despacho, e p.a q V. Ex.ª' entendesse, q naõ fui eu q. o revelou, ontem naõ falei a ninguem, nem hoje o farei seguindo em tudo as ordens de V. Ex.ª, a cujos preceitos estará sempre a minha obediencia. D.S G. a V. Ex.ª' m. a. Lx. em 6 de Dezr.° de 1705.
VII
Ex— Snr. Nesta carta, q V. Ex.a me remete, e neste excelente licor de q me faz m. recebo juntam. a cura, e a enfermiD.s; eu já sabia p.° mesmo Dez q V. Ex.ª authorizava o meu requerim.com a sua protecçam, e tambem sabia q estas cansadas guerras tinhão esgotado o cofre das obras; e esta cruel sentença naõ pode ter milhor remedio, q em hüa bebida, q por todos os titulos he universal p.a todos os males; e m.° mais sendo V. Ex.ª o dispensador della, p.a q naõ so me conforte o coraçam, mas me releve os esp.os p.a me não afastar nunca dos pés de V. Ex.ª, em cuja fé protesto viver, e morrer, porq assim como fora da Igr.a Romana nem há Céo, nem Salvaçam, assim fora da protecçam de V. Ex.ªnaõ ha honra, nem merecim.t°.
Tem entendido este povo, q estes navios, q enfestaõ os nossos mares, saõ mandados por algüa intelig.a Divina p.a estorvar a passagem do nosso Embax.—, e eu sinto, porq será elle obrigado a caminhar no Inverno por Alemanha, q naõ he m.° comodo, e por isso o aconselho, q vá por Italia. Saõ as novas, que sei. Fico á obeD.s a de V. Ex.ªcomo devo. D.S' D.S a V. Ex.ª' m. a. Lx.a de Agosto 16 de 1707.
VIII