Notas

As circunstâncias e a índole dos discursos desta natureza não toleram a minúcia da prova, justificação ou desenvolvimento de algumas afirmações; nada impede, porém, que, como aditamento, demos agora por escrito o que a exiguidade de tempo e o costume aconselharam se não dissesse oralmente, mesmo em resumo.

Cumpre-nos ainda agradecer ao Senado da Universidade de Coimbra a concessão de um subsídio pelo Fundo Sá Pinto, o qual tendo sido fundamentalmente destinado a outro trabalho que trazemos entre mãos, nos permitiu, todavia, custear a cópia de parte do manuscrito de Valentim Estancel, adiante reproduzida; e ao Sr. Dr. Duarte Leite, a oferta da Collecta astronomica, de Borri, raro exemplar que muito nos facilitou o nosso trabalho.

Nas citações de Galileu utilizámos a edição sabiamente dirigida por António Favaro — Le opere di Galileo Galilei. Edizione nazionale sotto gli auspicii di Sua Maestà il Re d'Italia. 20 vols. Florença, 1890-1909; por comodidade abreviaremos as citações da seguinte maneira — Ed. naz.

1) Sobre Rodrigo da Fonseca: A informação de que foi mestre de Galileu é dada por Angelo Fabbroni, no vol. II (Pisa, 1792), p. 469 da Historia Academiae Pisanae; Favaro referiu-a na Ed. naz., I, p. 12, acrescentando que nada chegou até nós das lições de re logica de Fonseca.

Cumpre, porém, notar que na tábua dos lentes da Universidade de Pisa em 1585, — ano em que Galileu a frequentou como estudante artista—, Rodrigo da Fonseca figura na relação dos três lentes da cadeira — Theorica ordinaria medicinae (Ed. naz., XIX, p. 33).

Em 1589, nesta mesma Universidade, Galileu foi, nunc primum, “lettore” de Matemática, e Rodrigo da Fonseca, com outro compatriota nosso, Damião Dias, continuava a ensinar esta mesma cadeira de Medicina (Ed. naz., XIX, p. 38), cujas regências são ainda documentadas no ano imediato (Ed. naz., XIX, p. 41).

Rodrigo da Fonseca faleceu em 1622, como se depreende de uma carta de Lorenzo Pignoria a Galileu, de 6-V-1622 (Ed. naz., XIII, p. 87).

No epistolário de Galileu encontra-se ainda uma referência ao livro de Rodrigo da Fonseca Consultationum medicinalium. Veneza, 1698, t. I (Ed. naz., XIII, p. 17).

Acerca de Rodrigo da Fonseca, além do artigo de Barbosa Machado na Biblioteca Lusitana, vol. III, vid. Fr. Fortunato de S. Boaventura, Literatos Portugueses na Itália, pp. 160-162. (É o vol. IV da coleção Portugal e Itália, publicada por A. Portugal de Faria).

2) Sobre Manuel Bocarro Francês: Maximiano Lemos, o erudito historiador da Medicina em Portugal, nas notícias biográficas de Bocarro que, de passagem, inseriu no Zacuto Lusitano. A sua vida e a sua obra, (Porto, 1909), pp. 96-103, alude também às relações deste judeu português com Galileu, que assim refere: “Em 1625, achava-se em Roma, onde se dedicou às Matemáticas e à Astrologia e travou relações de amizade com Galileu que convidou “o admirando e doutíssimo astrólogo”, como este lhe chama, a escrever uma obra sobre a ciência que cultivava”.

Corno justificação, escreve em nota:

“Referindo-se às relações com Galileu, escreve Bocarro na dedicatória do seu Fasciculus trium veranum propositionum, [astronomicae, astrologicae et philosophicae, auctore Immanuele B. F. Y. Rosales Hebraeo Med. Doct. S. Rom. Imperii Nobili, et Comite Palat. Ad Serenissimum magnum Etruriae Principem Heroem, Virumque Admirandum Cosmum Tertium, Florentiae, Typis Francisci Honuphry MDCLIV. Superiorum permissu. 4.° de 12 (inumeradas) e 108 páginas]:

In tribus libris Foetus astrologici, Galiteus Gatileus, cui ipsos dedimus, Romae, anno 1626, typis excudi fecit.

“Na praefatiuncula, acrescenta: Secundum commentariolum Excellentissimus in scientiis Galitaeus Gatilaeus, Mathematiconum Coriphaeus, Romae anno 1626, typis dedit”.

Sendo Manuel Bocarro um convicto astrólogo, custa a admitir que Galileu lhe desse crédito científico; em todo o caso, talvez os aproximasse o repúdio da Física e da Astronomia aristotélicas, que no tocante ao judeu português assim vemos afirmado no seguinte passo das Anacephaleoses da Monarchia Lusitana... Dirigidos ao Senhor della el Rey N. Senhor. Anno 1624. (Lisboa, 1624 e 1809), pp. 28 r e v:

«Defendilhe [a D. Baltazar de Çuniga] contra a comum toda a composição dos Caos, pois lhe prouey que não erão feitos da quinta essencia Aristotelica, senão elementares, e corruptiveis, e que nãa auia orbes reais, e verdadeiros, porque as estrellas, e Planetas se mouiam por si somente naquella continuidade aerea, que chamão Ceo: reproueilhe a composição dos elementos, que Arist. affirma: pois mostrey que não auia região de fogo sob o concauo da lua, e que auia somente hua região do ar continua daqui te o Ceo Empyreo: gostou tanto Sua Excellencia de me ouuir, que me obrigou a fazer-lhe de tudo hum breve Compendio em verso latino que logo imprimi, e lhe mandei” (Apud. cit., Zacuto, p. 103 n).

Pelos informes e juízos são de transcrever os seguintes períodos que Armando Cotarelo Valledor lhe dedicou no erudito estudo acerca de El Padre José de Zaragoza y la Astronomia de su tiempo (in-Estudios sobre la ciencia española dei siglo XVII). Madrid, 1935, pp. 98-99:

“Interessante personaje es el andariego lusitano Manuel Bocarro Francés (1588-1662), tan pronto en su tierra como en Amberes, como en Italia, siendo amigo y hasta colaborador de Galileo, quien publicó su opúsculo Luz pequeña. Fué médico, matemático, gran astrólogo, peritíssimo en lenguas orientales y excelente poeta. Entre atras obras de vário género escribió pronósticos generales y anuales (de 1615 a 1640 y 1653), la descripción de los cometas de 1618 (Lisboa, 1619, en portugués), discutida por Andre Avelar, y numerosas disertaciones astrológicas. Hízose notable por sus impugnaciones a Aristóteles, contra quien escribió dos libros (Vera mundi compositio, 1622, y Quinta essentia aristotelica, 1622), pero combatió, sin embargo, «la nueva sentencia» de la Tierra móvil.

“En 1624 publicó el poema Foetus astrologici, y en 1654 un Fasciculum de varias proposiciones de Astronomia, Astrologia y Filosofia. El mismo resumió muchos de sus trabajos en la gran obra Regnum astrorum reformatum (Coimbra, 1624, Roma, 1626, incluido en la Regnum astrorum reformatum, 1644, t. I), en dos voluminosos tornos en folio (Hamburgo, Werner, 1644, 2 vols. fol.). Contiene estudios personales sobre las posiciones de las estrellas, corrigiendo las tablas de Regiomonte, Tycho, Longomontano y Keplero; sobre los movimientos y fenomenos celestes; amplia exposición de la Astrologia náutica, agrícola y médica, con un sistema de la significación de los planetas y de las predicciones judiciarias”.

No artigo de Pedro de Azevedo, O Bocarro Francês e os Judeus de Cochim e Hamburgo, publicado no Arquivo Histórico Português, vol. VIII, pp. 14-20, 184-198, encontram-se valiosos dados para a sua biografia.

3) Vid. o t. I (Paris, 1932), p. XXVI da Correspondance du P. Marin Mersenne religieux minime, pub. par M.me Paul Tannery, ed. et annotée par Cornélis de Waard avec la collaboration de René Pintard.

4) Sobre Vicente Nogueira: É como segue a carta que este erudito, que nasceu em 1586, em Lisboa, e faleceu em Roma, no palácio do Cardeal Barberino, em 1654, dirigiu a Galileu (Ed. naz., XVII, pp. 396 e 397):

Vincenzo Noghera a (Galileo in Arcetri).

Bologna, 28 ottobre 1638.

Bibl. Naz. Fir. Mss. Gal., P. I, T. XII, car. 87 — Autografa.

Molto Ill.re Sig.r Patron mio Oss.mo

Questa lettera scrive a V. S. un antiquissimo affitionato discipolo e servitor suo, se ben mai da lei conosciuto (eccetto si ha sentito delle sue tanto publiche infelicità e patite persecutioni);il quale si trova in letto da un mese in qua e condennato a star anche parecchi, e non solo a non legger, ma nè anco a dir l'officio ecclesiastico, per tre accidenti di vertigini caliginose, minaccianti cascarmi lia guccia, e che mi hanno messo in una rigurosissima dieta, dopo medicine, salassature et altri penosi benefici. Pur in questo stato, che è quasi vicino alia sepoltura, ed età di 52 anni, l'amor alie scientie non si mi è intepidito, anzi cresci uto in modo, che, nascosto da i medici, studio poco manco che in sanita, interponendo pur intervali di due, tre hore, acciochè ia testa non patisca tanto.

Da che arrivà ii S.r Card.l Sacchetti, mio Signore, a Bologna, sempre hebbi animo di scriver a V. S. nella sostanza presente; ma dilatando per farlo più compitamente, vengo a faria alia peggio.

Sig.r mio, V. S. è di quelli grandi ingegni e scienza che Dio mostra ai mondo rade volte e interponendo centene de anni, meritevale di ogni favore per honore del secolo, come io, quando arrivai da Spagna a Roma saranno tre anni, lo dissi assai disteso a i duoi miei Patroni (a chi devo la vita, ia liberta, e quasi l'honore), cioè il S.r Card.le Barberino e il Maestro dei Sacro Palazzo, e non gli parve che io parlava spropositi. Questo giudicai (si può giudicar persona tanto inferiore) dal primo giorno che Mons.or Giulian di Medici, allora imbasciator, mi presentò in Madrid quanto V. S. fin a qual tempo haveva publicato: ma como quella mia infelicissima bibliotheca, che allora era la scelta, mi fu confiscata, et il Re ia tiene hoggi nell'intessa sua galeria del Cierço o Tramontano, e V. S. ha dopo di questo publicato parecchie opere, nessune delle quali ho e nè anco un solo foglio di V. S., ho suplicato al Sig.r Alessio de gli Horatii, fratello del S.r  Ludovico, Maestro di Camera del S.r Card.le mio, voglia andando costì, portarmi questa lettera, per ia quale supplico a V. S., mi favorisca di farmi comprar, per man di servitor suo, non solo quanto V. S. composto e stampato o in nome suo o d'altrui, ma anco quell'opra del Sig.r Vincenzo, suo padre, intorno alla musica antiqua, e qualunque altra si trovarà di detto Signor, perchè quantunque S.r Vincenzo Sacchetti e Sig.r Giulio Inghirami, come patroni, io potrei valermi in questa comissione, come non sono della professione potrebbono esser gabbati; et il Sig.r Alessio darà il prezzo che V. S. dirà: e vorria che venissero tutte ligate, per non patir la dilatione di farlo qui. E V. S. mi perdoni questo fastidio, chè questo albero non puà già dar altri frutti, e anche mi scusi gli errori di nota e lingua, perchè papagallo vecchio mai impara bene lingua nova: e V. S., quantunque patisca negli occhi, non perciò lasci di contemplar e, ridur in carta per amanuense ciò che gli occorrerà; e fin all'ultimo che vorrà Dio conservargli la vita per molti anni, non lasci di beneficar a secolo tanto ingrato, chè me' futuri non mancherà chi le compatisca e lo lodi, e anco si serve a Dio nel' impiego di cià che gli ha dato E baccio le mani di V. S.

Nel Palazzo di Bologna, 28 di Ottobre 1638, stando con un decotto pigliato mezza hora avanti.

Di V. S. molto Ill.re

Ho licenza da Roma per legger

ogni cosa, e cosi niente lasci

V. S. per scrupulo.

Aff.mo Servitore

Don Vincenzo Noghéra.

A leitura inculca as seguintes observações:       

a) Vicente Nogueira escreveu esta carta depois da condenação de Galileu, quando o sábio vivia desterrado na sua casa de Arcetri, com proibição de receber amigos; nestas circunstâncias, e como as primeiras linhas claramente testemunham, a carta é expressão de solidariedade moral que muito acredita o nosso compatriota, que aliás por motivos indignos estivera preso na Inquisição de Lisboa desde Junho de 1631 a Julho de 1633.

b) Ignora-se se Galileu respondeu a esta carta; é de admitir a hipótese negativa, dado o retraimento em que forçadamente vivia em Arcetri após a condenação de (Junho de 1633) e, sobretudo, a cegueira, que nos fins de 1637 lhe atingiu os dois olhos.

c) É legítimo suspeitar que o objetivo verdadeiro da carta fosse o de se insinuar no ânimo de Galileu e de com ele manter correspondência epistolar, como praticara e praticava, designadamente, com o Marquês de Nisa, D. Francisco Manuel de Melo, o famoso médico Zacuto Lusitano, Claude Fabry de Peiresc, Holstenius, Isaac Voss, etc.; e além disto, alcançar o livro de música escrito pelo pai de Galileu e depois, secundariamente, apenas como bibliófilo, algum livro do sábio. Fundamos a última conjetura no seguinte passo da carta que Nogueira dirigiu de Roma, em 28 de Junho de 1649, ao Marquês de Nisa, na qual, dentre outras coisas, lhe anunciava o envio de “dous livros de Matemática, mas da m.to arrabiada, e à qual eu não chego”. Ver Cartas de D. Vicente Nogueira, pub. por A. J. Lopes da Silva, (Coimbra, 1929), p. 141.

Para o estudo desta curiosa individualidade, consulte-se além destas Cartas:

O Primeiro Marquês de Nisa. Notícias por José Ramos Coelho, in Arquivo Histórico Português, vol. I, (1903) e em separata; A. Morei-Fatio, Vicente Noguera et son Discours sur la langue et les auteurs d'Espagne, Halle, 1879 (separata do vol. III da Zeitschrift für romanische Philologie); Maximiano Lemos, cit. Zacuto Lusitano, pp. 265-275 e A. Baião, Episódios cit.

5) Ed. naz., V, 388. Galileu explicou mecanicamente as marés pelo movimento irregular resultante da fusão dos movimentos diurno e anual da Terra. Vid. especialmente U. Forti, Introduzione storica alia lettura dei Dialogo sui massimi Sistemi di Galileo Galilei (Bolonha, 1931), pp. 163-200.

6) Como tal consideramos a citação de “Zacut”, relativamente à posição da Espiga da Virgem, que ocorre no Tractatio de Caelo (Ed. naz., I, 45), e que referimos ao Almanach perpetuum, de Abraão Zacuto.

7) Sobre Benedetti, crítico de Pedro Nunes:

É sabido que Pedro Nunes sofreu a influência de Luca Paccioli e teve conhecimento dos algebristas Cardan e Tartaglia, porém, a influência dos seus livros na Itália é pouco menos que desconhecida. Delambre, na Histoire de l'astronomie du moyen-âge (Paris, 1819), pp. 612-615, foi, segundo cremos, o primeiro a chamar a atenção para o De gnomonum umbrarum que solarium usu liber. Ad Sereniss. Em. Philibert. Allobrog. et Subalpin. Ducem invictís. Nunc primum publice utilitati, studiosorum que commodidati in lucem aeditus. Augustae Turinorum, Apud haeredes Nicolai Bevilaquae, MDLXXIIII, no qual João Baptista Benedetti (1530-1590), critica Pedro Nunes por ter pretendido achar a altura do polo pela hora, pela declinação e por uma altura do Sol. A crítica de Benedetti foi diversamente interpretada por Delambre, na ob. cit. e por Giovanni Bordiga no estudo que dedicou a Giovanni Battista Benedetti, Filosofo e matematico veneziano dei secolo XVI (Veneza, 1926), p. 78 (e 662 dos Atti dei Rede Istituto Veneto di Scienze, Lettere ed Arti, t. LXXXV, p. II, 1925-1926).

Bordiga informa ainda (hic, p. 80 (ou 664) que na epístola Per eundem parallelum absque correctione semper navigari non posse. Ad Andrea Provana, inserta nos Diversarum speculationum mathematicarum et physicarum liber (Turim, 1585), Benedetti, “servendosi dell'autorità di Copernico e dei Regiomontano corregge ciò che dicono le opere di Pietro Nonio e Pietro Medina da lui particolarmente e diligentemente citate”.

Não vimos ainda o De gnomonum nem o Diversarum liber.

Galileu não citou Benedetti em nenhum dos seus livros, mas, graças à demonstração de Bordiga, ob. cit., pp. 148-151 (ou 732-735) temos por sem dúvida que conheceu os seus livros “in molti particulari”. Vid. também o juízo de A. Banfi, na excelente Vita di Galileo Galilei (Roma, 1930), p. 50.

8) Vejam-se alguns testemunhos destes louvores de Tycho Brahe nas nossas anotações de pp. 348-349 do vol. II (De crepusculis) das Obras de Pedro Nunes, publicadas pela Academia das Ciências de Lisboa (Lisboa, 1943).

9) Sobre Clávio e Pedro Nunes (nota breve):

Não cremos suficientemente provado que Clávio tenha sido discípulo de Pedro Nunes, mas é manifesto, mediante todos os seus livros, que conheceu a obra do nosso matemático, tão profundamente que é impossível resumir numa nota as diversas citações e influências. Destas, apenas se tem referido entre nós a da conceção do nónio; por isso, aludimos à Digressio geometrica de crepusculis, integrada no divulgadíssimo In Sphaeram loannis de Sacro Boscogcommentarius, e na qual resume em 24 proposições as conclusões de Pedro Nunes.

Uma outra razão concorre para fundamentar a conjetura de Galileu ter conhecido o De crepusculis, de Nunes: a índole do seu ensino na Universidade de Pádua. Pelas investigações de A. Favaro (Galileo Galilei e lo Studio di Padova, 2 vols., Florença, 1883), que utilizamos na refe-rência de Roberto Marcolongo (La mecanica di Galileo, in: Nel terzo centenario della morte di Galilei. Saggi e Conferenze., pub. pela “Università Cattolica del Sacro Cuore”, Milão, 1942, p. 31), sabe-se que Galileu ensinou as seguintes matérias nestes anos:

1593-1594 — Esfera e Euclides.

1594-1595 — Almagesto de Ptolomeu.

1597-1598 —Elementos de Euclides e Problemas Mecânicos de Aristóteles.

1599-1600 — Esfera e Euclides.

1603-1604 — Esfera e Euclides.

1604-1605 — Teóricas dos Planetas.

A simples menção destas matérias logo adverte que Galileu não se afastou por então do ensino tradicional do quadrivium— os Elementos, de Euclides, a Esfera de Sacrobosco, as Teóricas, de Purbáquio, o Almagesto, de Ptolomeu, os Problemas Mecânicos, de Aristóteles, “mantenendosi, escreve Antonio Banfi na sua excelente Vita di Galileo Galilei (Milão, 1930, p. 24), di fronte ad esso in un prudente riserbo e non trascurando di rilevare le opinioni contrarie. Questo c'è confermato dal fatto che nel 1605 —  quando già Galileo era copernicano convitto — egli scrivera, come manuale ad uso dei discepoli, un Trattato della Sfera ovvero Cosmografia, dove è fatta l'esposizione sistematica della teoria geocentrica sulle basi della fisica aristotelica, introducendo, a spegazione dei movimenti celesti, ai concezione di dieci sfere, sette planetarie, una delle stelle fisse, una destinata a giustificare ii ritardo nel movimento diurno e l'ultima infine rivolta alia spegazione dei moto di trepidazione dei pianeti. Ma tale teoria è qui esposta come un'ipotesi matematica, accettata qual base tradizionale dello studio astronomico e il cui valore dipende dalla corrispondenza alie osservazioni astronomiche e dalla semplicità e coerenza delle deduzioni geometriche, e può essere discusso in relazione ad altre ipotesi diverse”.

Foram estas as matérias, e talvez com orientação sensivelmente idêntica, que Pedro Nunes ensinara nas lições aos Infantes e em Coimbra, na Universidade, sendo de admitir que as obscuridades e dificuldades que o nosso cosmógrafo esclareceu com o De crepusculis, os In theoricas planetarum Georgii Purbachii armotationes aliquod e as Annotationes in Aristotelis Problema mechanicum de motu nauigii ex remis, que foram editados em Basileia em 1566 e 1592, salvo o De crepusculis, que fora de Portugal só saiu nesta última edição, tivessem chegado ao conhecimento de Galileu, cujo ensino teve a feição de comentário. É, certo que no Trattato deita Sfera Galileu não cita Pedro Nunes, nem desenvolve o tema do crepúsculo em termos que denotem haver lido a famosa obra do nosso cosmógrafo; a omissão, porém, não elimina a nossa conjetura, sabido que Galileu foi parco de citações.

No escrito Le mecaniche (Ed. naz., II, pp. 159-191), que parece resumir o seu ensino dos respetivos problemas aristotélicos, assim como no Discorso intorno alie cose che stanno in su l'acqua o che in quella si muovono, e nas peças que se lhe relacionam (Ed. naz., IV) Galileu não considerou particularmente o problema que Pedro Nunes examinou.

10) Para a história deste problema entre nós, vejam-se as pp. 147- -163 de A Marinharia dos Descobrimentos, 2.a ed., Lisboa, 1939, de A. Fontoura da Costa. 

11) Dentre os vários textos comprovativos do interesse que houve entre nós, no período das grandes e decisivas navegações, pela invenção de um método praticável da determinação das longitudes geográficas, apontaremos apenas o de João de Barros, nas Décadas, ao referir-se a Fernão de Magalhães, o qual “sempre andava com Pilotos, cartas de marear, e altura de leste-oeste; matéria que tem lançado a perder mais portugueses ignorantes do que são ganhados os doutos por ela, pois ainda não vimos algum que o pusesse em efeito” (Apud. Andrade Corvo, Roteiro cit.).

12) Ocupar-nos-emos da história destes métodos em anotações ao vol. III das Obras de Pedro Nunes, ao presente no prelo; o leitor curioso encontra, porém, valiosos informes e juízos in: Alonso de Santa Cruz, Libro de las longitudines (Sevilha, 1921), S. Günther, Iohann Werner aus Nürnberg und seine Beziehungen zur mathematischen und physischen Erdkunde (Halle a. S., 1878), pp. 288-292, e L. Gallois, Les géographes allemands de la Renaissance (Paris, 1890), pp. 121-124.

13) Vid. a Proposta deita longitudine in Ed. naz., V, pp. 415 e segs.

14) Pelo que à Península respeita, vid.: E. Navarrete, Memoria sobre las tentativas hechas y premios ofrecidos en España ai que resolviese el problema de la longitud en el mar, in: Documentos inéditos para la Historia de España, XXI, pp. 5 e segs.; e A. Cotarelo Valledor, El Padre José de Zaragoza y la Astronomia de su tiempo, in: Estudios sobre la ciencia española del siglo XVII (Madrid, 1935), pp. 70-73. Entre os vários concorrentes ao prémio do Governo de Madrid conta-se o português Luís da Fonseca Coutinho, que conseguiu iludir os peritos do Conselho de Índias e da “Casa de Contratación” a ponto de receber várias entregas de dinheiro (1607-1610) e, por alguns anos, a pensão de 800 ducados.

15) Vid. a carta de 25 de Dezembro de 1617 que Galileu dirigiu a Orso d'Elci, em Madrid. Ed. naz., XII, 358.

16) Sobre Cristóvão Borri:

Ia) Dados biobibliográficos:— Cristóvão Borri, também apelidado Boro, Bruni, Bruno e Burrus, era italiano (milanês), entrou para a Companhia de Jesus em 1601, passou alguns anos na Índia e regressou a Portugal para ensinar as Matemáticas nos colégios jesuítas de Coimbra e de Lisboa.

Saiu da Companhia em 1632, para ingressar nos Bernardos de Santa Cruz de Jerusalém, de Roma, havendo obtido permissão papal para professar após 3 meses de noviciado; como o abade desta congregação, decorrido este tempo, não o quisesse admitir, dirigiu-se para os cistercienses, donde foi despedido algumas semanas depois. Pietro della Valle, “qual gentil huomo Romano ch'è stato in Persia et in India» no dizer de Stelluti na carta a Galileu adiante reproduzida, encontrou-o em Goa em 1623 e dele escreveu que usava na Índia o apelido de Brono, porque o de Boro tem em português um significado menos decente (Apud. Sommervogel, Bibliothè que de la Compagnie de Jésus, Paris, 1890, cols. 1821 e 1822, que remete o leitor para a trad. francesa das Voyages, t. IV, p. 142).

Esta notícia explica satisfatoriamente a referida diversidade de apelidos usados pelo P.e Cristóvão, manifestamente com o fim de evitar a confusão com as palavras borras e burro.

Na Collecta astronómica…, Borri referiu-se a observações astronómicas que fez em Coimbra e na Cochinchina; aquela, será adiante transcrita, na nota relativa a D. André de Almada (20), esta, relativa aos cometas de 1618, é curiosa pelas notícias que dá, e que supomos pouco ou nada conhecida pelo que a transcrevemos também:

“— Cap. III De Cometis qui post Tychonem apparuerunt anno 1618. Duo Cometae dederunt se videndos illo armo: prior illorum fuit ille maior australis qui exhibebat figuram Harpas, cuius magnitudo tanta erat, vt perueniret secundum longitudinem ad gradus 45. ocuparet que totum spatium signi Librae, et medium Virginis (quanquam isti gradus non erant ex maioribus, quales fiunt in circulis maximis, erant tamen ex medijs, quando quidem versabatur in media distantia a Zodiaco ad polos) caepit autem videri ad 9. Nouembris, et durauit vsque ad 22. Dezembris: statim autem atque apparuit extendebat se ex Canobo per Hydram, Cratere, et Coruum vsque ad Centaurum. Moueatur secundum signa Zodiaci, quasi vno gradu singulis diebus, inclinando semper ad Austrum.

Ita egomet non negligen ter obseruaui in Regno Armam vulgo a Lusitanis Cocincina dicto. Obseruauit etiam in Regno sinarum Pater Ioannes Vremanus Dalrnata e Societate Iesu, Conimbricae ohm Mathematicarum professor, et in hac scientia versatissimus, et mearum peregrinationum a Lusitania ad Sinas vsque Comes, et Socius; Is autem non solum in ijs, quae ad hunc Cometam pertinent, sed et in pleris que alijs Astronomicis obseruationibus mecum collaborauit, et consentaneum semper obseruationibus meis fuit. Item P. Emmanuel Diaz Lusitanus Theologus, et Philosophiae professor acutissimus e Societate item Iesu obseruauit eundem Cometam in India in ciuitate Cocin; qui quidem tractatum scripsit contra eos, qui etiam num iuxta antiquam opinionem cometas putarent esse sublunares, et elementares. Ego, inquam, et P. Ioannes Vremanus longissimo terrarum tractu dissiti, cum per litteras simul contullissemus, vnanimi consensu ambo conclusimus Cometam hunc, quidquid Peripatetici sentiant, coelestem fuisse, et Luna mutti superiorem quin et reuerso mihi in Europam nunciatum est ab omnibus qui id obsertu2ssent, ita esse repertum. Quod porro me ipsum firmauit, ne nouitatem sententiae reformidarem, fuit authoritas Tychonis, qui quidem Cometam, qui vt supra vidimus, armo 1577. in conspectum prodiit, longe supra elementarem regionem fuisse eleuatum testimonio omnium recte sententium euicit. Negue solum in Cometa illo, sed et in Stella adscititia probauit eam supra Saturnum ambulasse. Quare cum haec a Tychone primo decisa repererit per suum Cometam, et nouam Stellam, non dubitauit vel contra Peripateticos, asserere, quod posta certo certius ad inuenit in nostro Cometa; caelestem nimirum Muni fuisse, non autem elementarem, ac sublunarem. Haec de isto Cometa.

Alter Cometa, qui anno 1618. post alium apparuit, fuit septentrionalis, quem quidem ego praecise, et exacte nunquam obseruare potui, eo quod Caelum regni Armam, siue Cocincinae, in quo tum degebat per ea tempora, quibus Cometa cursum obijt, nubilum, et obscurum omnes obseruandi actiones perturbauit. Sed P. Ioannes Baptista Cysatus e Societate Iesu professor non vul garis Mathematicae Ingolstadij eum studiosissime obseruauit. De hoc librum conscripsit” pp. 115-117.

Escreveu:

I.° Relatione della nvova Missione delli PP. della Com pagnia di Giesv, ai Regno deita Concincina, scritta dal Padre Christoforo Borri Milanese della medesima Compagnia, che fu vno de primi ch'entrorono in detto Regno. Alia Santita di N. Sig. Vrbano PP. Ottavo. In Roma, Per Francesco Corbelletti, MDCXXXI, 8.°, p. 231.

Histoire van eene nieuwe Seydinghe door de Paters der Soc. Jesv… Lovem, 1632. (Pelo J. Jac. Susius, S. J.)      

Relation de la nouvelle mission… Lille, 1631. (Pelo P. Ant. de la Croix, S. J.)        

Relatio de la Cocincina… Viennae, 1633. (Pelo P. J. Bucelleni, S. J.)         

Cochincina, containing many admirable rarities and singularities of that Countrey, extracted out of an Italian Relation of Christophoro Borry, by Robert Ashley. London,  1633. 4.° —Reimpresso no 2.° vol. da Collection of Voyages and Travels. London, John Churchill, 1704, fol., 4 vol. Sommervogel, ob. cit.

2.° Doctrina de tribus Coelis, Aereo, Sydereo, et Empireo. Opus Astronomis, Philosophis et Theologis favens. Ulyssipone, per Alvar. Fer-rerum, 1641 (?), 4.°          

Collecta astronomica ex doctrina P. Christophori Borri Mediolanensis, ex Societate Jesu. De tribus coelis Aereo, Sydereo, Empyreo, jussu et studio Domini D. Gregorii de Castelbranco Comitis Villae Novae, Sortelliae, et Goesiae domus dynastae, Regii corporis custodi inaximo, etc. Opus sane mathematicum, Philosophicum et Theologicum, sive Scripturarium. Superiorum permissu. Ulyssipone, apud Matthiam Rodri-gues. Anno M.DC.XXXI, 4.° pp. 470, 2 ff. lim., 2 d'errata, et 42 d'index. — Na pág. 470 lê-se: Em Lisboa por Matias Rodrigues, Anno 1629.       

Compendium tractatus patris Christophori Borri iesuitae de nova mundi constitutione, iuxta systema Tichonis Brahae, aliorumque recentiorum mathematicorum, e lingua latina in persicam translatum a Petro de Valle in urbe Goa, regia Lusitanorum in India, anno Christi 1624 et ab eodem nuncupatum Zaineddino Lari astronomo; apposita e regione italica interpretatione, quam idem Petrus de Valle Romae confecit anno 1631. — M. S. fol., ff. 20, na Biblioteca Vaticana. (Maï: Scriptorum veter. nova collectio, t. IV, n. IX.) — Sob o n. X, indica-se outra cópia de 27 ff. Somervogel, ob. cit.               

3.° Relazione a Sua Santità delle cose dell'India Orieritale, del Giappone, della China, dell'Etiopia, dell'Isola di San Lorenzo, del Regno di Monomotapa, e della Terra incognita Australe. Sommervogel, ob. cit.      

4.° Tratado da arte de navegar, pelo R.do P.e Cristóvão Bruno, da Companhia de Jesus. Em Lisboa no Collegio deSanto Antâo da mesma Companhia, Anno Domini 16...

Conserva-se MS. em Évora e em Coimbra.

“Dans sa Relation écrite de Portugal en 1627, le P. Le Jeunehomme donne les détails suivants «Un certain Pere de Lombardie, autrefois quand ii estoit en Italie nommé Burro, maintenant par ce que Burro signifie icy un asne, il se nomme Bruno (je dis cecy par ce que peut estre quelqu'un aura ouy parler en Italie du pere Burro mathematicien) iceluy done iadis enseignant en Italie, inventa une opinion, touchant les cieux, estoient liquides; et qu'il n'y auoit que 3 cieux, un que nous appelons air, l'autre pour les planettes ou estoilles, et l'autre l'empyrée. Ce qui desplut grandement à Rome, du temps du P. C. Aquauiua, dont il en tira une penitence, et un petit mot au bout. Depuis ce tems, il a encore trouué le moyen de cognoistre les distances de longitude de l'orient à l'occident et une façon nouuelle pour mieux naviger, ce qui aura comme on croit par icy grande vogue. De jour en jour ii attend le congé de Rome pour imprimer, ou parce que son livre est composé en portugais (car le bon homme ayant couru tant de mers, et de terres, de tout l'Orient et l'Affrique, ii s'est oublié de son Italien maternel, et ne se souvient de son latin) nos PP. seroient bien aise que je tournasse ce livre en latin, car tous jugent que se livre doibt avoir plus destendue que le Portugal; ce sera donc peut-estre en quoy cest année je m'emploieray” Sommervogel, ob. cit.

A. Elogia Patrum Societatii Jesu pietate, ac morte pro Christi Fide obita illustrium: Gonsalvi Henriquez, Stephani Zurair, Antonii Suarez, Petri Nunnez, Hernandi Sanchez. Estes PP. morreram em 1580. O MS. existia na biblioteca do Colégio de Brera, em Milão. Sommervogel. ob. cit.

B. Istruzione per facilitare ii viaggio dell'Indie.— Inacabado. Sotwel; — Argelati; Allatius Apes Urbanae; Mazzucheli; — de Backer, I, 777-8. Sommervogel, ob. cit.

b) [Carta de] Francisco Stelluti a Galelo in Firenze). Roma, 2 dicembre 1628.

Hoggi, essendo stata ia festa di San Francesco Saverio, si è fatta nella Chiesa dei Giesil solennissima; e mentre v'ero a vespro insieme col S.r Príncipe, v'era anco presente il Sig.r Pietro della Valle, quel gentil huomo Romano ch'è stato in Persia et in India; e raccontando varie cose del suo viaggio e navigationi, disse che un Padre Giesuita Portughese haveva hora trovato un instrumento, come un horivolo con polvere, da poter can esso osservare le longitudini delle città et altre parti del mondo, e che perciò era stato chiamato in Spagna. Ma a quest´instrumento non ci credo, non sapendo che possa esser tale come forse si persuade, e che giustamente possa dare le dette longhezze. M'è parso nondimeno avvisarlo a V. S., acciò non tardi piit a dar fuori il suo modo da osservare dette longitudini, perchè, come più facile e vero degli altri trovati sin qui, sarà da tutti abbracciato e di grandissimo utile alie navigatione et alie carte di geografia, che Dio sa se nessuna è vera in quel modo che si vedono stampate: e poi potrebbe qualch'un nitro havere ii medesimo pensiero di V. S.; onde non estimo bene tener più occulta questa sua inventione: e mi perdoni se forse entro troppo avanti. Intanto attenda a conservarsi. Mi comandi; e le bacio con singolar affetto le mani.

Di Roma, li 2 di Decembre 1628. Di V. S. molto Ill.re et molto Ecc.teSer. re Aff.mo Franc.° Stelluti.

(Ed. naz., XIII, p. 459).

Como se viu no princípio desta nota, Pietro della Valle traduziu em Goa, em 1624, do latim para persa, o De noua mundi constitutione de Borri, escrito que supomos ser o De coelo iuxta nouam astronomiam, o qual constitui a.,5.ª parte da Collecta Astronomica.

A data da carta de Stelluti permite conjeturar que a Arte de Navegar já estava redigida em 1628, pois é nela que Borri expõe o invento, do relógio, a que P. della Valle se refere. Tê-la-ia Borri escrito no Oriente? É possível.

c) Textos relativos às invenções de Borri acerca da determinação da longitude.              

 a) da Arte de Navegar, ed. cit., pp. 89-94: cap. II [do 2.° modo para sabermos na terra ou mar o caminho de Leste-Oeste, que é usando do relógio] Da Fábrica do Relógio; «Mandar-se-á fazer um relógio de areia pelo qual se possam medir 6 horas ou ainda 24. E então será melhor. Com os vidros grossos para que o ar não humedeça a areia e também para poder com o peso dela; o buraquinho por onde a areia correr de uma âmbula para outra será mais largo do ordinário, de sorte que nunca pare ou vá mais dificultosamente de uma para outra parte.

“O exame e prova deste relógio não se há de fazer por outro relógio, porque não sairá tão certo senão fazendo uma linha meridiana em terra, e levantando nela um estilo ou ponteiro.

“E no ponto em que a sombra der sobre a linha fará que a areia comece a correr. E no instante em que ela se acabar se torne logo sem detença alguma a virar o relógio, para que corram outras 6 ou 24 horas.

“E se então naquele mesmo ponto ao outro dia a sombra do estilo tornar a cair sobre a linha meridiana, será este relógio perfeitíssimo.

A caixa por onde se há de fazer, digo para este relógio, há de ser feita com tal artifício que, por mais balanços que dê a nau, posto o relógio nela sobre seus eixos e que com os dois pontos, que ficam nos lados da figura abaixo debuxada, fique sempre a perpendículo, como ficam as agulhas de marear, e também hás de marcar o Sol, e para que o relógio esteja sempre direito para o centro da terra terá uma argola no fundo de cada âmbula, na qual se possa meter um peso postiço que se porá na que ficar debaixo.

Feito isto se farão 6, 12 ou 24 linhas, conforme as horas que contém o relógio em cada âmbula, pintadas e distintas com uma cor que responda ao lugar que cada hora se despejar da areia.

“E o espaço que ficar no meio, entre linha e linha, se repartirá em 15 partes com linhas de outra cor, que responderão aos graus que o Sol anda em uma hora, no que se guardará toda a igualdade possível.


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