A livraria de um letrado do século XVI - Fr. Diogo de Murça

 

LXXXIX — Fabro Estapulensis sobre S. Paulo.

Vid. n.° 23.

XC— Alexandre Methaphisica.

Deve tratar-se duma ed. ou trad. dos comentários de Alexander Aphrodisiensis à Metafísica de Aristóteles.

XCI —Cathalogus Sanctorum.

XCII — Outro Budeo de Ase.

Refere-se ao seguinte livro do triúnviro do humanismo: De Asse et partibus eius Libri quinque Guillielmi Buclaei Parisiensis Secretarii Regii. Paris, 1513, 1527 e 1541. Vid. n.° 54.

XCIII— Iosephus de Belo ludaico.

É o livro de Flavius Josephus, ao qual se juntava quase sempre o De antiquitatibus iudaicis. Impossível aventar a edição, pois houve diversas antes de Diogo de Murça dirigir o Colégio da Costa.

XCIV — Estragon.

Devia escrever Estrabon Geog., acrescentou o copista. É de crer que se tratasse da aparatosa ed.: Valentinus Curio lectori. En tibi lector studiose Straboni geographicorum cõmentarios, olim, ut putatur, a Guarino Veronense, et Gregorio Trifernate latinitate donatos, iam uero denuo a Conrado Heresbachio ad fidem Graeci exemplaris, autorumque, qui huc facere uidebantur, non aestimandis laboribus recognitos... Basileia, MDXXIII.

XCV — Joannes Navarensis. XCVI— Claudius.

XCVII — Netaboro.

XCVIII— Geometria Alberti.

XCIX— Aristoteles de animalibus.

C— As Ethicas de Aristoteles.

Vid. nºs 24 e 67.

CI — Platão.

CII— A Esphera.

Pode ser a Sphera Mundi ou De Sphera de João Sacrobosco, ou a obra de Proclo, de idêntico título na versão latina, não repugnando, no entanto, admitir que se tratasse da tradução portuguesa de Pedro Nunes, — Tratado da Sphera, publicada em 1537, pois cumpre notar que Fr. Diogo possuíra o De crepusculis do insigne matemático. Vid. n.° 29.

CIII — Nolaterrano.

Trata-se do livro de Raphael Maffei Volaterrano (1457-1522) — Commentarii rerum urbanorum lib. XXXVIII, Roma, 1506, reeditado anos depois em Basileia, apud Frobenius, com o título: Commentarium Urbanorum Raphaelis Volaterrani octo et triginta libri cum duplici eorumdem Indice secundum tornos (sic) collecto. Item Oeconomicus Xenophontis ab eodem Lado donatus.

CIV — Epistolas de Tulio commentadas.

CV — Eginius.

Muito provavelmente uma edição de Paulo Egineta, médico grego do séc. VII, mas não é de excluir a hipótese de haver erro de copista e de se tratar da seguinte edição feita por Luís Vives: Hyginii historiographi verissimi simul et philosophi profundissimi: Aureum opus historias ad amussim pertractans una cum multis astronomice rationis ambagibus et signis poetarum toeis prope infinitis. Exacte collendis. non mediocriter conductennis.... Paris, Ex aedibus Ascensionis ad x Calendas Septembris. M.D.XIII (mas na realidade em 1536).

CVI— Hum livro em Grego.

CVII— Encano.

“Devia escrever Lucanus”, acrescentou o copista, e sendo assim, como parece provável, tratar-se-ia da Pharsalia.

CVIII— Navarro.

Tratar-se-ia dum livro de Martin Azpilcueta Navarro, que ensinou na Universidade de Coimbra de 1538 a 1553?

CIX— Rudolfo Agricola.

É de crer que, dentre os livros do célebre gramático, Fr. Diogo de Murça, tivesse possuído o De inventione dialectica libri tres.

CX— Opramus.

CXI— Ausonius.

Ausonii Paeonii Burdegalensis... opera foi frequentemente reeditada a partir da ed. de Veneza, de 1472.

CXII— Chronica dos Reis de França.

Provavelmente o Chronicon de regibus franco-rum, a pharamundo usque ad henricum II. Paris, 1548.

CXIII— Alexandre Afloriseu.

É. de crer que se tratasse de um livro de Alexander Aphrodiseus, célebre comentador de Aristóteles. Vid. n.° XC.

CXIV — Apramus.

Não será deturpação de Appianus (De civilibus Romanorum bellis. Paris, 1538), ou de Petrus Apianum, famigerado autor da Cosmographia que pelo menos desde 1529 teve várias impressões? É, de crer que se tratasse deste último livro muito lido ao tempo, dada por demais a circunstância de Fr. Diogo de Murça ter possuído alguns livros respeitantes ao ensino do quadrivium.

CXV — Aristóteles.

CXVI— Hiscuralius.

CXVII — Mantuano.

CXVIII— Joannes Oscratis.

CXIX— De Lucio Nitrunio.

CXX— Plau tino Nemonensis.

CXXI— Introductionis Fabri.

Seria o livro de Lefèvre d'Étaples?— (Artificiales introductiones). In hoc opusculo hae continerdur introductiones; in suppositiones: in praedicabiles: in divisiones: in praedicamenta: in lib rum de enuntiatione: in primum priorum: in secundum priorum: in libros posteriorum: in locos dialecticos: in fallacias: in obligationes: in insolubilia. Paris, 1496 e 1500.

CXXII— Theorices Planetarum.

É muito provável que se tratasse de uma ed. do livro de Georgius Peurbachius — Theoricae novae planetarum—, pois a cronologia opõe-se à hipótese de se tratar da obra de Pedro Nunes.

Solinius.

Supomos indicar o livro de C. Jullius Solinus — Rerum memorabilium Collectaneas ou De situ orbis ac mundis, várias vezes impresso nos sécs. XV e XVI.

CXXIV — Elioloso.

CXXV — Emistius.

CXXVI— Leoncio.

CXXVII—Tulio de oratore vol. pequeno.

CXXVIII— De crepuscolis de Pero Nunes.

Sem dúvida o livro — Petri Nonii Salaciasis, de Crepusculis liber unus... Lisboa, 1542, por Luís Rodrigues. Vid. n.° 29.

CXXIX — Fabro.

Possivelmente a Artificialis introductio Iacobi Fabri Stapulensis cum commentaris J. Chlichtovei in decem libros Ethicorum Aristotelis, Paris, 1502, Vid. n.°' 121 e CXXI,

CXXX— Julio Cezar. CXXXI—Ludovicus Vivis.

Tratar-se-ia do De disciplinis libri viginti que o humanista dedicou a D. João III e publicou em Antuérpia em 1531? Vid. Bonina y San Martín, Luis Vives y la Filosofia dei Renacimiento (Madrid, 1903), pp. 223-224.

CXXXII — Nitrunio.

Devia escrever Vitruvio, acrescentou o copista.

CXXXIII — Annotações de Marzsinello.

Deve tratar-se dum dos comentários de Antonius Mancinellus.

CXXXIV — Pindarus.

CXXXV —Cathalogo dos Escriptores Catholicos.

Vid. n.° 80.

CXXXVI — Redolfo Agricula.

Porventura o livro De inventione dialectica, que teve várias eds.

CXXXVII — As Tosculanas.

Possivelmente a ed. das Quaestiones Tusculamte que Camerário comentou e saiu em Basileia, em 1538.

CXXXVIII — Homero.

possível que fosse uma tradução latina. Vid. n.° CCLXIII.

CXXXIX — Varro.

CXL — Argenturato.

CXLI — Tito Livio.

CXLII — Testamento Novo em Grego.

CXLIII — Aristofanes.

CXLIV — Gramática Grega.

CXLV — Iacobus Loduvicus Trebis.

Adulteração do nome de Iohannes Ludovicus Vives?

CXLVI — Tenus tio.

Devia escrever Terencio, emendou o copista.

CXLVII — Hum volume Joannis Nemerii.

CXLVIII — Agostinho Nimphio.

Livro não identificável de Augustinus Niphus, suesanus, conhecido principalmente pelos comentários a Aristóteles, de alguma voga entre nós.

CXLIX — Outra Theorica dos Planetas.

Vid. n.° CXX. A existência de livros desta natureza leva a crer que se tratasse de textos adoptados no ensino das Artes (quadrívio) no Colégio da Costa.

CL — Fradiani Amerocii.

Este nome está deturpado, mas temos por seguro que se refere ao livro —Hadriani Amerotii Suessionensis Compendium Graecae Grammatices, perspicua brevitate com plectens, quicquid est octo partium orationis. Cum gratia et priuilegio. Lovanii apud Thedoricum Martinum Alostensem, An. M.D. XXXVIII Calendas Novemb. Além da evidente correspondência dos apelidos, corrobora esta identificação a circunstância do livro ter sido impresso em Lovaina, onde Diogo de Murça se doutorou.

CLI — Vigesius de Arte Poetica.

CLII — Cathalogus Criticorum.

CLIII — Celius.

É, de crer que se tratasse de uma ed. dos Lectionum Antiquarum libri XXX, de Luis Celio Rhodigino.

CLIV — Vita Graecorum.

CLV — Joannes Gramaticus.

Trata-se, muito provavelmente, da ed. de uma das obras de Aristóteles comentadas por João Fhilopon, como a Physica, frequentemente designado de Johannes Grammaticus Philoponus.

CLVI — Oseda o Alfabeto de Aristoteles.

CLVII — Hum Livro de Canto.

CLVIII Lucius Polius Grego.

CLIX — Sadoleto.

Vid. n.°s CXCVI e CCXXXIX. A indicação do nome não permite hipóteses consistentes: em todo o caso, para além da conjetura adiante feita, não repugna admitir que na obra do insigne teólogo, pedagogo e humanista que foi o Cardeal Jacob Sadoleto (1- 1547), a atenção de Fr. Diogo se tivesse dirigido especialmente para os comentários aos Salmos e à Epístola aos Romanos, dado o relevo que estes temas têm na sua biblioteca.

CLX — Machobio.

“Devia escrever Macrobio”, corrigiu acertadamente o copista. Sem dúvida se trata da Macrobii expositio in Sorrznium Scipionis M. T. Ciceronis ou dos Saturnaliorum libri VII, frequentes vezes impressos e anotados nos sécs. XV e XVI.

CLXI — Ermolao Barbaro.

Talvez as Plinianae Castigationes... de Hermo-laus Barbarus, várias vezes impressas nos sécs. XV e XVI. Vid. n.° CCLXV.

CLXII — Diodoro Sicolo.

Ed. não, identificável da História de Diodorus Siculus.

CLXIII — Pontanis.

Pelos fins do século XV viveram dois Pontanus: um, italiano, Giovanni Joviano Pontano (1426-1503), outro flamengo, Pierre Brugge ou de Ponte (1480- -1529). Ambos poetaram em latim, sobressaindo aquele com a Urania seu de Stellis. Veneza, 1513. É, porém, de crer que se tratasse do flamengo, porque além das poesias publicou em Paris uma Ars versificatoria (1520) e uma Grammaticae artis Isagoge (1514 e 1528).

CLXIV — Mercurio.

Talvez uma ed. — Mercurii Trismegisti Pi-mander.

CLXV — Margarita Philosophorum.

Sem dúvida a Margarita philosophica de Gregó-rio Reisch, várias vezes impressa.

CLXVI — Agostinho Gobino contra Martinho Lutero.

CLXVII — Encridion Ludriense.

CLXVIII — Joannes Dridonus.

Trata-se de um livro de Jean Driedoens (t 1535), seis vezes decano da Faculdade de Teologia de Lovaina entre os anos de 1515-1531, e cujas lições Diogo de Murça ouviu. Vid. P. S. Allen, Opus Epist. Erasmi, vol. IV (1922), p. 390. Vid. os nfs 72 e 248.

Trata-se da edição de uma tradução latina não identificável do Organon, de Aristóteles.

A despeito da incorrecção do título, não oferece dúvida a identificação deste livro, que é o seguinte: Doctoris Joannis Fabri, adversus Doctorem Baitasarum Pacimontanum, Anabaptistarum nostri saeculi, primum authorem, orthodoxae fidei catholica defensio. &.a Lipriae, per... Melchiorem Lottherum, Anno... supra millesimum quingentesimum, vigesimo octavo procusum.

CLXXII — Joannes Majoris.

Não pode, como é óbvio, suspeitar-se o título do volume. Mas a circunstância de Diogo de Murça ter possuído vários livros do celebrado mestre de Montaigu é um dos factos que leva ao convencimento de que foi neste colégio que fez a aprendizagem das Artes. Vid. n.° 82.

CLXIX — Dialetica de Aristoteles.

CLXXI — Joannes Fabio adversus Doctorem Balthesarem.

CLXX — Pratica de Penitencia.

CLXXIII Annotationes Bedae.

Vid. n.° 19.

CLXXIV Rudimenta Gramaticae.

É possível que fosse o livro de Joannes Codeus — Grammatices Rudirnenta. Anno Christi 1519. Estrasburgo, mas é muito mais plausível que se tratasse do seguinte livro: Rudimenta grammatices Thomae Linacri, ex Anglico sermone in latinum uersa, interprete Georgio Buchanano. Parisiis, Rob. Stephanus, 1536, que, talvez lhe tenha sido oferecido pelo tradutor, que foi um dos mestres que André de Gouveia trouxe de Bordéus para o Colégio das Artes de Coimbra.

Podia ter sido ainda um exemplar dos Rudimenta Grammatices que João de Barreira e João Alvares imprimiram em Coimbra em 1553, mas a cronologia da época em que a livraria parece ter sido formada dificulta um pouco esta hipótese. Vid. n.° CCXIV.

CLXXV — Huma Discrição da Palestina.


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