Sobre a origem da conceção da inconsciência de Deus em Antero de Quental

Pela data, 1875, o soneto O Inconsciente é anterior à leitura da Philosophie de l'Inconscient e, portanto, a conceção da ausência de consciência em Deus foi colhida indiretamente, num expositor ou crítico. Qual? Ë difícil precisar com rigor; cremos, no entanto, pelas excursões e sondagens que temos feito, que a encontrou nos passos expositivos do artigo de Léon Dumont — Une philosophie nouvelle en Allemagne. Édouard de Hartmann et la théorie de l'inconscient, in Revue scientifique de la France et de l'Êtranger (« Revue des cours scientifiques », 2.a série), 1872, - ou nos períodos de retórica polemizante de Edgar Quinet, no L'Esprit nouveau. Fosse, porém, qual fosse o escrito e o local, importa acima de tudo notar a incitação que a leitura provocou, — um dos elos da deslocação do seu espírito no sentido de um encadeamento de ideias pessimistas — e, como exemplo do mecanismo da sua inspiração, a introversão e a modelação de ideias acolhidas descarnadamente, uma e outra distantes, a um tempo, da autobiografia narcisista e da descrição espetacular e fria.


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