Carta inédita de Eduard von Hartmann a Joaquim de Vasconcelos

Os artigos de Leon Dumont na Revue des cours scientifiques sobre a Filosofia do Inconsciente (1872 e 1876) seguidos da tradução da Philosophie de l'Inconscient (2 vols., Paris, 1877) de Desiré Nolen, e da de La Religion de l'Avenir (Paris, 1876), tornaram conhecido em Portugal o nome de Eduardo de Hartmann, atraindo para as suas conceções o interesse e a curiosidade dos mais esclarecidos.        

A estruturação conceptual do pessimismo dos Sonetos, de Antero de Quental, bem como a fundamentação que deu a algumas conceções das Tendências gerais da Filosofia na segunda metade do século XIX, não se compreendem sem a correlação com o filósofo alemão , cujo vinco aliás se nota mais levemente em Oliveira Martins e de cujo prestígio, por assim dizer popular, deu mostra Gomes Leal, em 1886, com a dedicatória do Anticristo ao sublime autor da «Filosofia do Inconsciente».

A carta a seguir publicada, pertencente ao espólio de Joaquim de Vasconcelos incorporado na Faculdade de Letras de Coimbra e que nos foi comunicada pelo Prof. Mário Brandão, mostra o interesse do filósofo alemão pela tradução da sua obra capital nas principais línguas. Ignoramos a resposta de Joaquim de Vasconcelos; é legítimo, porém, supor que, se não foi ostensivamente negativa, opôs reservas e dificuldades tais que levaram o filósofo a desistir da tradução na nossa língua da Philosophie des Unbewussten.        


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