4. Anotações ao Tratado da Sphera

7.ª p. 158, Il. 8-20: Alonso de Santa Cruz, no citado Libro de Ias longitudines p. 136, apropriou-se desta crítica de Pedro Nunes, como prova a seguinte transcrição:

“Por manera que, segun Ptolomeo, la proporción que tiene el círculo de lia equinocial a los paralelos de Rhoda y de Thile es como el 115 y 93 y 52, porque la proporción de Ia equinocial a Rhodas es menor un poco que sexquicuarta, como también lo era 115 para 93, que es un poco menor por 115 para 92, seria sexquicuarta y de 92 para 52 es también otro poco menor que super paciens cuatro quintas como también la proporción dei paralelo de Rhodas es un poco menor al de Thile y los número que más verdaderamente mostrarían estas proporciones son: 10000080901 y 60181, que son los sinos de las distancias ai polo y las cantidades de los semidiâmetros destas círculos y Ptolomeo tomó los dichos números por que siendo menores hay entre el mayor y el menor 63 diferencias y es lo que se aparta el paralelo de Thile que se significa por 52 de la equinocial”.

Cumpre observar que Alonso de Santa Cruz plagiou precipitadamente esta “annotação” de Pedro Nunes.

Com efeito, lê-se no texto: “os numeras 4 mais na verdade amostra-não estas proporções senão.100000..80901. e.60181.”, porém na tábua de correcções (vol. I, p. 242, 11. 9-10), Pedro Nunes manda emendar.60181. para.45399.

Alonso de Santa Cruz copiou, pois, o texto sem reflectir e sem atender à emenda do autor.

8.ª p. 158, 11. 21-23, sobre a citação de Vernero: Pedro Nunes tem em vista as seguintes considerações de Vernero, obra e edição citadas, fols. 55 v e 56 r:

“Cap. xxj. Quid in plana terrarum orbis descriptione potissimum conueniat seruare custodireque.

Ob ea igitur quw in prwcedenti capite fuerunt enarrata: liquet planam orbis descriptionem: opte congrueque concinnari: si pro meridianis quidem rectw agantur pro parallelis uero circulorum scribantur segmenta circa unum idemque centrum: a quo secundum septentrionalem mundi polum subiecto protrahere conueniet: pro meridianis rectas lineas. Vnum autem et przecipuum in hac plana orbis designatione: et quod maxime simile uidetur descriptioni sphwric superficiei. iuxta ipsius habitudinem atque ea qum in ipsa sphzerica scribuntur superficie est: quod in ipsa meridiani ueluti super sphwra ad ipsos inclinantur parallelos: atque in communem illum polum qui centrum parallelorum existit coincidunt. Atqui facile fieri non potest: ut omnes huius planm descriptionis paralleli: eas adinuicem custodiant rationes: quas in sphmrica superficie adinuicem habent: satis profecto erit id saltem obseruare: ut parallelus per thulen et wquinoctialis: quasi compert a nobis uniuersalis latitudinis latera: sub congruis adinuicem iustisque proportionibus commensurati fiant. Per hrodum deinde parallelus: quoniam super eo plurimw longitudinum distantim numeratw: peragratmque fuerant scribendus est: secundurn eam ad meridianum rationem: quam Marinvs quoque in suw planw descriptionis tabula obseruauit. hoc est. secundum sesquiquartam proxime rationem: similium super sphra circumferentiarum. Hoc itaque pato celebrior terrarum orbis lcmgitudo: quam parallelus per hrodum continet generali eiusdem orbis latitudini fiet commensurata. Quibus demum prwceptis ho.,c plana descriptio commode fieri ualeat: paulo post docebimus. At prius ueluti congruum est: enarrabimus qualiter in sphzerica superficie: eandem terrarum orbis designationem rite facere conueniat”.

9.ª p. 158, 11. 23-27: Luciano Pereira da Silva, no citado estudo “Pedro Nunes espoliado por Alonso de Santa Cruz”, mostrou pela pri-

meira vez que esta crítica de Pedro Nunes foi plagiada por Alonso de Santa Cruz, no citado Libro de las longitudines p. 127:

“En este capítulo trae Ptolomeo lo que en el pasado y declara la manera y fundamento que toma para hacer Ia discreción en Mano, en la cual dice que los meridianos han de ser líneas derechas y los paralelos circunferencias de círculos, de ia cual discreción en llano, dice Ptolomeo, que dará adelante mejor declaración cuando tratare de la discreción de la esfera. Y aunque el decir de Ptolomeo que los meridianos quedan inclinados sobre los paralelos, como en la esfera, es improprio, porque en la esfera los corta por ángulos rectos y en llano por ángulos de medios círculos que son iguales”.

ANOTAÇÕES AO “TRATADO QUE HO DOUTOR PERO NUNEZ FEZ SOBRE CERTAS DUUIDAS DA NAUEGAÇÃO DIRIGIDO A EL REY NOSSO SENHOR”

(pp. 159-174)

Existem duas redações do Tratado sobre certas duuidas da nauegação: a primeira, em português, constituída por este texto inserto no Tratado da Sphera, e a segunda, em latim, publicada em 1566 sob o título De duobus problematis circa nauigandi artem liber unus e reproduzida em 1573 no De arte atque ratione nauigandi libri duo.

O cotejo destas duas redações, assim como a documentação que lhes respeita, designadamente a tradução francesa e a crítica de Diogo de Sá, no De nauigatione libri tres (Paris, 1549), terão o seu lugar adequado no volume destas Obras correspondente ao De arte atque ratione nauigandi; por isso, neste lugar, limitaremos as seguintes anotações à mera indicação da corrigenda do texto português.

1.ª p. 160, 1. 33: Na reprodução em fac-símile promovida pelo Sr. Joaquim Bens aúde, a palavra “merediano” está riscada, lendo-se à margem, em letra manuscrita: “horizõte”.

2.ª p. 161, Il. 2-3: Na edição em fac-símile do Sr. Joaquim Bensaúde a palavra “meridiano” está riscada, lendo-se à margem, em substituição, por letra manuscrita: “dito circulo grãde”.

3.ª p. 161, 1. 11: No texto: “leste dagulha”. Harmonizada a grafia com a das 11. 14 e 24 desta página.

4.ª p. 162, 11. 6-7: No texto: “propo fito”. Emendado.

5.ª p. 162, 1. 11: No texto: “de nosa altura”. Emendado. 6.a p. 163, 1. 9: No texto: “dagulha”. Emendado.

7.ªp. 167, 1. 39: No texto: “fazer sen ponto”. Emendado. 8.a p. 168, 1. 1: No texto:”maya longura”. Emendado. 9.a p. 170, 1. 1: No texto: “o Foi”. Emendado.

ANOTAÇÕES AO “TRATADO QUE HO DOUTOR PERO NUNEZ COSMOGRAPHO DEL REY NOSSO SENHOR FEZ EM DEFENSAM DA CARTA DE MAREAR CO REGIMËTO DA ALTURA”

(pp. 175-232)

Este tratado, como o anterior, foi igualmente traduzido para latim por Pedro Nunes, sob o título De regulis et instrumentis, ad uarias rerum tam maritimarum quam et caelestium apparentias deprehendendas, ex Mathematicis disciplinis, nas referidas edições de 1566 e 1573; pelas razões atrás expostas, limitaremos também as seguintes anotações à simples corrigenda do texto português.

1.ª p. 177, 1. 1: No texto: “couforme”. Emendado.

2.ª p. 177, 1. 38: No texto: “qninto liuro”. Emendado.

 3.ª p. 178, 1. 10: No texto: “qnarto”. Emendado.

4.ª p. 178, 11. 41 e 42 e p. 179, 11. 1-9: Estas linhas reproduzem o texto da tradução do Livro I da Geographia, cap. XIII, vol. I, pp. 120-121.

5.ª p. 180, 1. 21: No texto: “valera a a linha”. Emendado. 6.a p. 182, 1. 5: No texto: “ciquoenta”. Emendado.

7.ª p. 218, 1. 17: No texto: “seruico”. Emendado.

8ª p. 223, 1. 27: No texto: “andan”. Emendado.

9.ª p. 225, 1. 14: No texto: “septuno”. Emendado.

10.ª p. 228, 1. 8: No texto: “fezer”. Emendado.

ANOTAÇÃO AS “TAUOAS”

(pp. 234-237)

Os símbolos dos signos no meio das colunas não têm, no texto, colocação uniforme. Em quinze casos encontram-se no lugar próprio, na entrelinha que separa o grau 29 do signo anterior do grau O do signo que entra; em vinte casos esse lugar é ocupado pelo filete que separa os dias pares dos ímpares seguintes e os signos foram forçadamente deslocados para cima do filete; nos treze restantes casos estão deslocados (seis para baixo e sete para cima) por imperfeição tipográfica. Uniformizou-se a colocação dos símbolos, na primeira linha do signo que cada um representa.


?>
Vamos corrigir esse problema