Segunda parte - que compreende os anos que discorrem desde princípios do de 1548 até o de 1551 (III - tomo I)

[ XXII ]                                                                                                                                                  (§ 49)

SOBRE ARNOLDO FABRICIO

Trata-se de Arnold Fabrice, de quem Gaullieur, ob. cit., pp. 100-101, diz, dentre outras notícias, que «était de Bazas et non de La Réole comme l'affirme l'abbé O'Reilly; Barthélemy Berton a publié quelques-unes de ses lettres à La Rochelle, en 1571, sous le titre suivant: Arnoldi Fabricii, Vasatensis, pelluhetani, viri latinitatis purioris in primis studiosi, doctique, Epistolae aliquot.

«Fabrice passait pour un des premiers orateurs de son temps; ainsi que Britannus et que l'imprimeur lyonnais Sébastien Gryphius, ii fut l'ami du malheureux et si intéressant Etienne Dolet, qui avait d'abord embrassé les idées de la Réformation, et qui fut une des victimes de l'aveugle fanatisme de cette époque.

«Gouvêa [André de] le tenait dans une estime toute particulière et l'amena avec lui à Coimbre...»

Estes informes excluem o parentesco com Vicente Fabrício, sugerido por Leitão Ferreira.

Escreve Gaulier (ob. cit., p. 245) que Fabrício fora obrigado a sair de Portugal pelo mau estado da sua saúde, regressando à terra natal. É crível que o regresso se tivesse dado em 1549. […]

O livro de epístolas de Fabrício acima referido não existe em Portugal; temos, porém, a notícia de que em nenhuma carta se refere miudamente à sua estadia entre nós.

[ XXIII]                                                                                                                                                  (§ 50)

SOBRE ELIAS VINETO

Trata-se do erudito e famoso humanista francês Elie Vinet ( 14 de Maio de 1586), que depois da sua saída de Portugal foi principal do «Collège de Guyenne» de Bordéus.

Da sua biobibliografia se têm ocupado vários autores, designadamente Ernest Labadie, Bibliographie historique d'Elie Vinet, Principal du Collège de Guyenne à Bordeaux au XVIe siècle, Bordéus, 1909; interessa-nos, porém, nesta ocasião, apenas o que da sua vida e escritos se relaciona diretamente com a sua estadia em Coimbra e com este parágrafo de Leitão Ferreira.

 

[ XXIV]                                                                                                                                                  (§ 51)

SOBRE ANTÓNIO MENDES

São muito escassas as notícias sobre este mestre. Em todo o caso, cumpre corrigir a informação de Leitão Ferreira de que veio de Paris para Coimbra, pois pelas investigações de Gaullieur, ob. cit., p. 204, se sabe que ensinava no Colégio de Guyenne, em Bordéus, quando André de Gouveia o contratou para mestre do Colégio de Coimbra.

Pelo processo de João da Costa se sabe também que partilhou com este, em Abril de 1550, das responsabilidades administrativas do Colégio das Artes, das quais foi exonerado logo em Outubro, talvez pela linguagem ambígua com que se referia ao culto dos Santos (v. Mário Brandão, O Colégio das Artes, I, pp. 117 e 120).

São as seguintes as notícias biográficas de Inácio de Carvalho de Sousa no Catálogo dos Bispos de Elvas, p. 2:

«Foy o primeiro bispo de Elvas D. António Mendes de Carvalho, cujos pays totalmente se ignoraõ, e ainda com certeza a Patria, sendo a Villa de Caminha a que lhe assigna o Doutor António Gonçalves de Novaes na Relaçaõ, que compoz dos Bispos de Elvas; e sendo a de Coura a que naõ só em hum, mas em mais lugares do segundo tomo dos Arcebispos de Braga lhe julga ser a verdadeira Patria D. Rodrigo da Cunha. O que só com certeza consta, he que estudou na Corte de Paris, donde passou para a de Lisboa para ir ensinar Grammatica à Universidade de Coimbra, o que exercitou com tal cuidado, e capacidade, que alcançou daremlhe a Abbadia de […] do Padroado Real no Bispado do Porto, merecendo depois pelo zelo, e vigilancia, com que administrou esta Igreja, nomeallo ElRey D. Sebastiaõ o primeiro Bispo de Elvas.

«Na terceira Dominga de Setembro do anno de 1571, o sagrou na Igreja de Vicente de fóra de Lisboa Oriental o Bispo de S. Thomé D. Francisco Caõ, sendo assistentes D. Jorge de Lemos, Bispo do Funchal, & D. Jerónimo Pereira, Bispo de Salê. Tomou posse do Bispado em […]                       e no mez de Outubro do seguinte anno de 1572 celebrou Synodo, em que não fez mais que approvar com o consentimento de todo o Clero as constituições do Arcebispado de Evora, para que por ellas se regesse, como se regeu até o anno de 1634. Governou o Bispado até o anno de 1591. em que faleceu a 9. de Janeiro na Cidade de Elvas, e o sepultaraõ na Capella môr da Sé.»

[XXV]                                                                                                                                                     (§ 52)

São muito escassas as notícias acerca deste mestre, nas quais avultam as fornecidas pelos processos inquisitoriais dos mestres do Colégio.

Pelas investigações do Dr. M. Brandão em O Colégio das Artes, cit. I, pp. 227 e 418 se sabe que Pedro Henriques teve o encargo de tratar das porções do Colégio das Artes desde o principalato de paio Rodrigues Vilarinho até à entrega do Colégio à Companhia de Jesus.


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