Primeira Parte - que compreende os anos que discorrem desde o de 1288 até princípios do de 1537

Leitão Ferreira refere-se neste parágrafo a dois assuntos, sobre os quais há hoje informações mais extensas e seguras.               

1.° Em 1880, o Dr. Augusto Mendes simões de Castro, no Roteiro histórico do viajante em Coimbra, desvendou pela primeira vez o nome do acutilado, Heitor de Sá; e mais tarde, o Dr. J. M. Teixeira de Carvalho, que ao episódio consagrou uma verdadeira monografia, apurou, dentre outros factos, as seguintes efemérides da cutilada: «sexta-feira, 17 de Janeiro de 1578 em que D. Guiomar deu a cutilada e entrou no aljube; sexta-feira, 21 de Fevereiro em que D. Guiomar veio do castelo outra vez para o aljube; sexta-feira, 21 de Março em que D. Guiomar entrou no mosteiro de Santa Clara; 23 do mesmo mês, domingo de Ramos em que recebeu o hábito.»  

O mesmo investigador apurou ainda que Heitor de Sá era, com efeito, vizinho de D. Guiomar, pois «estavam as casas de Heitor de Sá à mão direita de quem subia a rua das Fangas, sobre a muralha e portanto sobranceiras à rua da Calçada, onde morava D. Guiomar.» Veja-se o cap. II de Dois capítulos da vida de Pedro Nunes, pub. na Revista da Universidade de Coimbra, vol. IV, 1915. 

2.° Deve-se a J. I. de Brito Rebelo o apuramento da data do falecimento de Pedro Nunes, o qual ocorreu em 11 de Agosto de 1578. Veja-se o citado artigo da Revista da Universidade de Coimbra, vol. IV, 1915, p. 18-23.             

[ XLV ]                                                                                                                                           (§1111)

Parece-nos fundada a opinião que Leitão Ferreira exprime na primeira parte deste parágrafo acerca de D. Francisco de Melo, que foi reitor da Universidade; quanto à dúvida exposta na parte final deste parágrafo, a qual já havia apontado no § 1024, pode hoje dissipar-se, pois houve contemporaneamente um outro Francisco de Melo, famoso pela ilustração. É a este último que se refere Nicolau Clenardo e sobre ele forneceu-nos Anselmo Braamcamp Freire, o seu mais recente biógrafo, os seguintes dados, de valioso socorro a quem desejar discriminar os dois homónimos contemporâneos:

«Francisco de Melo, "que entam era o milhor mathematico que avia no reyno", segundo afirma Gil Vicente, nascera Em Lisboa em 1490, filho de Manuel de Melo, reposteiro mor de D. João II e capitão de Tanger, e sobrinho de Rodrigo Afonso de Melo, conde de Olivença. Estudara em paris nos anos de 1514 a 1520, e tomara os graus de mestre em Artes e de licenciado em Teologia, regressando a Portugal foi mestre dos filhos de D. Manuel, orador de D. João III nas cortes de Torres Novas de 1525 e nas de Évora de 1535, e ainda neste mesmo ano recitou a oração no auto do juramento do príncipe D. Manuel; também foi do conselho nomeado em 1529. Morreu em 1536, tendo escrito alguns tratados sobre matemática, os quais não foram impressos 2.» (Da Vida e obras de Gil Vicente, cit., p. 187).

[ XLVI ]                                                                                                                                             (§ 1134)

O Dr. A. da Silva Carvalho, no erudito estudo abaixo indicado, com fundadas razões escreve que «é lícito supor que o desenlace fatal se deu no primeiro semestre de 1568, não devendo ele contar ainda setenta anos.»  

É extensa a bibliografia relativa a Garcia d'Orta, a qual dilata consideravelmente os informes de Leitão Ferreira. Para ela remetemos o Leitor, permitindo-nos destacar particularmente os seguintes estudos: Conde de Ficalho, Garcia da Orta e o seu tempo, Lisboa, 1886; Teixeira de Carvalho, Garcia d'Orta (na Revista da Universidade de Coimbra, vol. III, 1914; e em Homens de outros tempos, Coimbra, 1924); Augusta Faria Gersão Ventura, Clusio e os portugueses nas suas obras, Coimbra, 1933; Augusto da Silva Carvalho, Garcia d'Orta. Comemoração do quarto centenário da sua partida para a Índia em 12 de Março de 1534 (na Revista da Universidade de Coimbra, vol. XII, 1934); Tricot-Royer, Les «Coloquios» de Garcia d'Orta aux officines Plantin, à Anvers (em HF Congrès International d'Histoire des Sciences tenu au Portugal du 30 septembre au octobre 1934. Actes, Conférences et Communications, Lisboa, 1936, pp. 373-384).       

O estudo do Dr. Teixeira de Carvalho ocupa-se especial e notavelmente da biografia universitária de Garcia d'Orta e o do Dr. Silva Carvalho trouxe ao nosso conhecimento copiosos e valiosos informes inéditos.           

[ XLVII ]                                                                                                                                             (§ 1158)

A Oratio pro rostris, de André de Resende, foi reimpressa por Anselmo Braamcamp Freire, no Archivo Historico Portuguez, vol. IX, Lisboa, 1914, pp. 265-275.           

Na Segunda parte das Noticias Chronologicas, Leitão Ferreira ocupa-se larga e eruditamente de André de Resende.              

[ XLVIII ]                                                                                                                                  (§ 1166)

Sobre Vicente Fabrício vejam-se especialmente os livros citados dos Drs. M. Gonçalves Cerejeira, Clenardo (2.a edição, Coimbra, 1926), e Mário Brandão, Colégio das Artes, vol.1, Duas Cartas de Nicolau Clenardo, Coimbra, 1936 (Separata da revista Biblos) e Alguns documentos respeitantes à Universidade de Coimbra na época de D. João III, Coimbra, 1937. Veja-se a anotação respetiva na Segunda parte das Noticias Chronologicas.


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