Segunda Parte - que compreende os anos que discorrem desde meados do de 1537 até fim do de 1540 (I)

«Prymeyra parte das antiguidade da muy nobre Cidade de Lixboa, Imporio do mundo e Prinçesa do Mar Oçeano.

«Exemplar que pertenceu á livraria de D. Francisco de Mello Manuel.»

[ XXIII ]                                                                                                                                             (§ 55)

SOBRE A DURAÇÃO DO MAGISTÉRIO

DE FR. JOÃO DE PEDRAZA E RESPETIVA RENÚNCIA

Não se encontram neste parágrafo e nos imediatos quaisquer referências à duração do magistério de Fr. João de Pedraza.

Como resulta dos documentos publicados a seguir, Fr. João de Pedraza, a despeito do seu crédito docente e do apoio que lhe prestou o reitor da Universidade, foi forçado a abandonar a regência da cátedra de Sagrada Escritura, por imposição de Fr. Jerónimo de Padilha, vigário geral e reformador da ordem de São Domingos. Fr. João de Pedraza foi substituído pelo seu irmão de hábito, fr. Martinho de Ledesma, o qual começou a reger em 2 de Janeiro de 1540 e havia sido proposto por Fr. Jerónimo de Padilha.

A carta do reitor da Universidade parece provar, dentre outras coisas, que Fr. João de Pedraza não foi forçado a demitir-se por motivo de idade, mas por outras razões que desconhecemos e às quais D. João III deu crédito.

[ XXIV ]                                                                                                                                         (§ 63)

SOBRE A SUMMA DE CASOS DE CONSCIÊNCIA, DE FR. JOÃO DE PEDRAZA

Na transcrição do Prologo dirigido ai muy Illustre y Reuerendissimo senor Don Julian de Alua, Obispo de Miranda, Leitão Ferreira omitiu os seguintes períodos, que devem ser notados porque neles Fr. João de Pedraza declara a sua orientação tomista e o comentador que principalmente seguiu, Tomás de Vio, o Cardeal Caetano:

«Auisando los que para otros mas casos que aqui no se ponen ay tienen las summas Latinas y digo latinas porg essas q andan en romãce o son muy breues o prolixas o confusas y escuras. Alegarse ha muchas vezes el Cardinal Thomas de Vio Caietano, por ser Doctor de grande autoridad y que peso mucho lo q dixo en casos de cõciencia.»

A obra é dividida em dois livros, e não volumes, como diz o frontispício.

O livro I compreende 10 capítulos, a saber: I. «De las qualidades dei confessor»; II. «De las qualidades del penitente»; III. «De los preambulos de ia confession»; IV. «De las preguntas por los mandamientos, y siete peccados capitales enxertos en ellos; De los peccados mortales»; V. «De las pregütas a personas de ciertos oficios»; VI. «Que se dira ai penitente oydas las culpas»; VII. «De la penitencia y absoluicion»; VIII. «Que se dira ai penitente despues de absuelto»; IX. «Quando se ha de repetir la confession»; X. «De los remedios contra los escrupulosos».

O livro II, de menor extensão, versa os seguintes assuntos: cap. I. «De la excomunion, con todas las excomuniones de la cena y dei derecho»; II. «De la suspension con las suspensiones dei derecho»; III. «Del entredicho»; IV. «De la irregularidad, con ias irregularidades dei derecho».

O historiador das ideias morais encontra neste livro abundante material, especialmente no estabelecimento de casos e respetivas soluções.

[ XXV ]                                                                                                                                                  (§ 67)

SOBRE FRANCISCO COELHO

Aos informes biográficos que Leitão Ferreira dá neste parágrafo acerca do licenciado Francisco Coelho, Barbosa Machado, no t. II da Bibliotheca Lusitana, acrescentou os seguintes:

«Em todos os lugares, que servio sempre foy muito observante da justiça com tanta inteireza, e liberdade, que reparando D. Joaõ o III. faltar em huma Consulta o voto de hum Ministro de quem se fiava, e mandando que votasse elle, respondeo. Senhor os Ministros, que servimos a V A. no cargo que eu ocupo o fazemos com toda a verdade, amor, e zelo do serviço de V. A. parece o naõ entende assim V. A. pois se não se satisfaz se naõ com o voto de N. elle pode bastar a V. A. que eu me vou para huma quinta que tenho. Atendendo a Rainha D. Catherina aos seus merecimentos o nomeou Chanceller mor por morte de Gaspar de Carvalho em o anno de 1558. cuja nomeaçaõ naõ teve ef feito por nelle falleçer. Foy cazado com D. Anna do Olival de quem procedem os Napoles, e Loureiros de Viseu.

«Por ordem delRey D. Joaõ o III. compoz. Annotaçoens ás Ordenaçoens do Reino contrarias á jurisdiçaõ, e liberdade Ecclesiastica. Obra igualmente douta que laboriosa dividia em 3. partes, que se conserva no Arquivo Real. A 3. parte verteu em Latim Idibus Januarii 1600. Luiz da Sylva de Brito por insinuação do Arcebispo de Evora D. Theotonio de Bragança.»

[ XXVI ]                                                                                                                                               (§ 69)

SOBRE A ORIGEM DAS ANOTAÇÕES ÀS ORDENAÇÕES DO REINO CONTRÁRIAS À JURISDIÇÃO E LIBERDADE ECLESIÁSTICA, DE FRANCISCO COELHO

É na verdade plausível a conjetura de Leitão Ferreira, como se depreende do cap. XVII (De como «D. Theotonio] procurou sempre a liberdade Eclesiástica) da Relação summaria da vida do ill.e rev.m° sr. D. Theotonio de Bragança, quarto arcebispo de Evora (Évora, 1614, fls. 69-71 v).


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